Calvície é realidade para 5% das mulheres no Brasil, mas tem tratamento

Ana Júlia Goulart
agoulart@hojeemdia.com.br
Publicado em 05/03/2018 às 06:00.Atualizado em 03/11/2021 às 01:40.

Eles demandam cuidado e, muitas vezes, são alvo de volumosos e constantes investimentos. Os cabelos, certamente, ocupam lugar de destaque na hora de garantir às mulheres satisfação com a aparência. 

A queda diária de fios é normal, mesmo em quem não se submete a processos químicos como selagens e tinturas. No entanto, quando a quantidade supera os 100 fios por dia e, além disso, a estrutura do cabelo se torna mais rala e fraca, é preciso buscar um diagnóstico.

Cerca de 5% das mulheres brasileiras são acometidas pela alopecia, conhecida por calvície, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A doença pode ganhar outros complementos ao nome dependendo do tipo e das causas do problema.

A mais comum é de origem genética e hormonal. Questões psicológicos, pós-parto, deficiências minerais e até excesso de química podem causar a patologia.

Diagnóstico

Detectar a doença precocemente ainda é a melhor forma de garantir resultados positivos nos tratamentos, destaca o dermatologista Bruno Vargas. 

“A qualquer sinal de problema capilar, a mulher deve buscar um profissional especializado para fazer uma avaliação. O quanto antes o processo for iniciado, melhores serão os efeitos”, expõe.

Na consulta, é feito o exame de tricoscopia. É analisada a qualidade dos fios, do folículo e do bulbo capilar. Além disso, geralmente, os profissionais exigem um exame laboratorial e também realizam a avaliação clínica. 

“Ela é feita em uma conversa mesmo com a paciente e pode revelar outras causas da doença que não as mais comuns”, afirma Vargas.

Apenas mulheres grávidas, amamentando ou que desejam engravidar não devem tratar a alopecia por restrições medicamentosas, destaca o mestre em dermatologia Leonardo Spagnol

Surpresa

Uma simples ida ao salão de beleza acabou virando um pesadelo para a assistente administrativo Cristiane Barbosa, de 26 anos. “Fui cortar o cabelo e a cabeleireira disse que eu estava com um buraco enorme na parte de trás da cabeça”, relembra.

O diagnóstico foi de alopecia areata, um dos tipos da doença gerado por fatores psicológicos, como o estresse. Na mesma época, ela iniciava tratamentos contra depressão e ansiedade.

De acordo com Leonardo Spagnol, mestre em dermatologia da SBD, existem inúmeros casos de pessoas que buscam o consultório com essa queda e que descobrem, posteriormente, a alopecia.

“É preciso esclarecer que queda de cabelo, como a causada por traumas e momentos de estresse é totalmente recuperada naturalmente pelo corpo. Já a patologia que, além da queda, raleia os fios, exige tratamento específico”.

Se a doença for descoberta neste momento, não há nenhuma restrição para que os dois processos caminhem juntos.

Tecnologia nos métodos terapêuticos é diferencial para solucionar problemas

Os casos de calvície feminina têm crescido, destacam especialistas. Neste cenário, a tecnologia tem feito a diferença. 

Recurso recente e que tem trazido respostas animadoras é a microinfusão de medicamentos e vitaminas no couro cabeludo. Agulhas bem finas são imersas em compostos vitamínicos e remédios e inseridas em pequenas profundidades na cabeça.

“Os tratamentos evoluíram muito e hoje temos boas possibilidades para tratar o problema. Além da novidade, temos laser, tratamentos com luzes LED e os medicamentos orais”, detalha o dermatologista Bruno Vargas.

Uma outra alternativa, considerada um avanço no tratamento da calvície, é a cirurgia robótica. Na técnica, folículos capilares são transplantados de forma mais precisa e rápida, substituindo a técnica manual.

“Trata-se de uma tecnologia médico-assistida, em que o médico auxilia e acompanha o funcionamento do robô. O software do aparelho é capaz de rastrear a pele 60 vezes mais rápido do que o olho humano e com isto, selecionar as unidades foliculares mais saudáveis e viáveis para a cirurgia”, explica o médico Marcos Felipe Fonseca Alves, da Clínica Régis, especializada em restauração capilar.

Tipos de alopecia

Androgenética: é a mais comum e tem origem hormonal e hereditária. É a que se manifesta mais precoce, facilitando assim os tratamentos quando buscados de forma imediata aos primeiros sinais.

Areata: a causa, geralmente, é associada a problemas psicológicos. Há perda do cabelo em diversas partes do couro, além do enfraquecimento dos fios. Os “buracos” que se formam geralmente têm formato circular.

Eflúvio telógeno: causado por episódios específicos, como tratamentos e medicamentos administrados três meses antes do aparecimento do caso. Não há falhas no cabelo, apenas maior queda. 

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