Canário: Mais visado por traficante e criador sem licença

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
22/07/2012 às 15:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:45
 (Marcelo Prates/Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Hoje em Dia)

O tráfico e o comércio irregular de animais silvestres, em especial de pássaros, é um desafio para as forças de segurança de Minas. Nas últimas duas décadas, mais de 60 mil aves capturadas por criminosos e criadores ilegais foram resgatadas pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Belo Horizonte.


O canário-da-terra, que chama a atenção pela tonalidade das penas e beleza do canto, está no topo da lista das vítimas dos traficantes. A maior quantidade de aves recuperadas pelo Ibama, de 1992 a 2011, é da espécie. Também aparecem outras bastante conhecidas, como o trinca-ferro e o pássaro-preto. Responsável pelo Cetas, o veterinário e analista ambiental Daniel Vilela alerta que algumas espécies são recolhidas na área urbana, como os mamíferos. Mas a maioria dos pássaros é encontrada em operações dos fiscais. “O Ibama e a polícia ambiental têm serviços de inteligência para coibir o tráfico de animais silvestres, mas a maior parte das apreensões é feita após denúncias de cativeiros clandestinos”, afirma.

Segundo o especialista, são feitas operações nas regiões onde os animais vivem e se reproduzem, para evitar que eles sejam retirados do ambiente natural. “Queremos interromper o ciclo que extirpa milhares de espécimes de seu habitat. Nesse contexto, são deflagradas ações em rodovias, evitando o transporte e comércio ilegal, e nas residências, para inibir a criação clandestina”, destaca Daniel Vilela. A criação de animais silvestres é prevista em lei. Em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o ex-bancário Paulo Rômulo Sousa Melo é um exemplo de criador que respeita a fauna brasileira.
Apaixonado pelos pássaros, ele tem criação comercial de canário-da-terra desde 2004. “Eles são uma paixão nacional. Pela sua beleza, fibra e canto, é o pássaro mais popular do Brasil”, afirma.

Para Paulo Rômulo, a melhor forma de combater o tráfico é incentivar a criação e a seleção genética legal, visando aprimorar o canto, a fibra e as cores (mutações) do pássaro. “O criador legal é um parceiro dos órgãos ambientais na preservação das espécies, no combate ao tráfico e na seleção genética, visando a utilização sustentável de nossa biodiversidade”.

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