Superfungo

Candida auris: 25 pacientes com suspeita de infecção ainda aguardam resultado de exames em BH

Ao todo, 40 pessoas foram testadas: quatro positivos, onze negativos e 25 são acompanhados

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 23/10/2024 às 09:45.Atualizado em 23/10/2024 às 12:32.

Pelo menos 25 pacientes ainda aguardam, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, resultados de exames para a confirmação ou não da de infecção pelo superfungo Candida auris. Conforme balanço da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nesta quarta-feira (23), até o momento, 40 pacientes foram testados e quatro casos foram confirmados. 

Conforme a pasta, 11 pacientes tiveram resultados negativos. Desses, cinco já receberam alta e seis permanecem internados na unidade hospitalar. 

Um dos pacientes infectados pelo fungo permanece internado. Dois tiveram alta (um em 20/9 e outro em 2/10) e o outro veio a óbito (16/10). A SES-MG e a Fhemig esclarecem que o paciente estava em estado grave, devido a um acidente motociclístico  e, portanto, o óbito não tem relação com o fungo Candida auris.

A secretaria alerta que o fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente e o ambiente próximo a ele. Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos, sendo que esses leitos são mantidos isolados.

Ainda conforme a pasta, o Hospital João XXIII tomou todas as medidas de controle e manejo necessárias para proteção dos demais pacientes e profissionais da unidade, como higienização das mãos, medidas de precaução de contato (uso de luvas e avental) dos casos suspeitos e testes para detecção de novos casos.

A SES-MG monitora os casos suspeitos de infecção pelo fungo Candida auris desde o ano de 2021, logo após o primeiro caso confirmado no país. Desde então, foram descartados 129 casos no estado.

Candida auris

Conhecido como “superfungo”, o Candida auris causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos., e por isso recebeu o apelido de superfungo.

Os organismos do reino Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, que são combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.

No caso da Candida auris, porém, as infecções têm se mostrado extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandina, três dos principais compostos antifúngicos.

A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento. 

*Estagiário, sob supervisão de Gledson Leão 

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