economia

Carnaval de BH: 77% dos foliões vão investir em roupas temáticas e acessórios para curtir os blocos

Raquel Gontijo e Rodrigo de Oliveira
raquel.maria@hojeemdia.com.br e rsilva@hojeemdia.com.br
09/02/2023 às 21:44.
Atualizado em 09/02/2023 às 22:03

(Pixabay)

Nos últimos anos o Carnaval de Belo Horizonte ganhou destaque no cenário nacional e se consolidou como um dos melhores do país, segundo a Belotur. 

Em 2023, com a expectativa de ser a maior festa da história, com 5 milhões de pessoas nas ruas, a popularidade da festa tem contribuído também para despertar a criatividade e a empolgação do folião no preparo dos “looks” para os cortejos dos blocos nas ruas.

Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgada nesta quinta-feira (9), revelou que 77% dos consumidores da capital mineira pretendem investir em roupas temáticas e acessórios para curtir a festa. 

A pesquisa mostra ainda que 57% dos entrevistados irão comprar fantasias em lojas de rua e 18,4% afirmam que vão confeccionar as próprias roupas.

“O retorno do carnaval tem movimentado a cidade. Como os foliões estão animados para elaborar fantasias e adereços, a tendência é que lojas de tecidos, aviamentos, maquiagens e acessórios tenham uma boa movimentação e aumentem as vendas”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ombreira foi um dos adereços de Carnaval que teve mais destaque nas vendas este ano. (Divulgação / Mundo de Anna)

Comércio em festa

No comércio, lojistas se preparam para atender a demanda dos consumidores, para a festa que promete ser a maior da história do Carnaval em BH.

“A maioria dos clientes não quer ‘mais do mesmo’; eles querem se diferenciar e conhecer o que é novidade no mercado”, observa a empresária Maria Fernanda Patrus, proprietária da loja “Mundo de Anna”, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte. 

Penas, estrelas e muitas cores fazem a cabeça dos foliões e a alegria dos fabricantes de adereços (Mundo de Ana / Divulgação)

A empresária conta que trabalha com acessórios de Carnaval desde 2014. E que, neste ano, o público está mais exigente. Por este motivo, a proprietária da loja investe em peças quase únicas, mais customizadas, sofisticadas e elaboradas. 

“As pessoas estão mais empolgadas, se aprontando mais para a festa. A cada Carnaval, os clientes vão conhecendo mais os blocos e querem se vestir com as cores e temas dos blocos. E, dentro disso, querem fazer a customização, querem adereços exclusivos, ou mais leves para percorrer um trajeto mais longo, por exemplo”.

Neste ano, ela relata, a ombreira foi o adereço que teve mais destaque. Ainda assim, a venda de acessórios como arcos de orelhas, punhos, adereços com pompom, pedras e flores ainda estão em alta. 

Fazendo a cabeça dos foliões 

Cansadas de ver “plaquinhas com frases” e “coroas com flores” sendo usadas  pelos foliões, as sócias Fabiana Silva e Daniela Nogueira fundaram, em 2020, a marca Vamos a Bailar Ateliê, que comercializa peças de cabeça, ombreiras, brincos e outros adereços. 

Segundo Fabiana, a clientela é formada principalmente por ritmistas (foliões que tocam nos blocos) e pelos próprios cantores que estão em cima de palcos e trios elétricos, em blocos como Então, Brilha!, Putz Grilla e Ziriguidum. 

“Muita gente queria se produzir no Carnaval, mas sentíamos que elas não encontravam nada elaborado ou até mesmo bem feito. Buscamos nossas matérias primas no Rio de Janeiro, onde o valor chega a ser quatro vezes mais barato do que em BH”, revela. 

Peças de cabeça da Vamos a Bailar Ateliê fazem sucesso no Carnaval (Reprodução/Redes Sociais)

Com preço médio de R$ 45 em peças mais simples, algumas podendo chegar a R$ 250, as encomendas vão bem e a empresária projeta um crescimento nas vendas de 200% neste ano em relação a 2020. 

“A divulgação acontece principalmente por boca a boca nos blocos e por indicações. Cada cliente traz, em média, outros três. Além de Belo Horizonte, já enviamos encomendas para Varginha, Mar de Espanha e até o interior de Pernambuco”, diz. 

Apesar da vibe foliã, Fabiana garante que o negócio procura ser ativo o ano inteiro e fornecer peças para várias datas e eventos. 

“Também vendemos peças nas festas juninas, Dia das Bruxas e Copa do Mundo. Nossa intenção sempre foi esta desde o início: trazer diversificação e não ficar restrito a uma data apenas”, afirma. 

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