na Câmara

Carnaval de BH poderá ter abadá? Regras para a folia deverão ser definidas esta semana

Na última sexta (13), reunião extraordinária aprovou, em 1º turno, PL que estabelece, por exemplo, uso livre do espaço público

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 15/12/2024 às 17:48.

O Projeto de Lei que prevê apoio e cria regras para o Carnaval de Belo Horizonte volta a ser discutido na Câmara Municipal esta semana. Na última sexta-feira (13), o Plenário aprovou, em 1º turno em em reunião extraordinária, o PL 969/2024, que reconhece a festa como manifestação artístico-cultural, popular e democrática, cabendo ao poder público prestar apoio à realização.

O texto foi construído com a participação dos blocos de rua, caricatos e escolas de samba e segue, agora, para aprovação definitiva. Ele define, dentre outros pontos: financiamento da folia; cadastramento dos blocos, possibilidade de arrecadação de recursos e comércio nas ruas e avenidas da cidade.

O presidente da Casa, Gabriel Sousa Marques de Azevedo (MDB), prometeu celeridade na votação definitiva do PL. A reunião extraordinária desta semana pode garantir a aprovação em 2º turno.

Durante a votação na última sexta-feira, houve pedido de destaque para que a proibição do uso de cordas e correntes fosse retirada e votada em separado, mas o Plenário, manteve o texto original.

Em 1º turno, foi acolhido o PL 1009/2024, que prevê a participação de trabalhadores de cooperativas de material reciclado em grandes eventos da cidade; o PL 1018/2024, que reconhece manifestações populares relacionadas à gastronomia e ao Carnaval.

Carnaval com ou sem abadá?

O Grupo de Trabalho (GT) do Carnaval é o autor do PL 969/2024. Composto por Cida Falabella (Psol), Marcela Trópia (Novo), Professora Marli (PP) e Pedro Patrus (PT), o grupo dedicou quase um ano e meio na realização de audiências, visitas técnicas e discussões com agremiações que fazem a Festa do Momo na cidade. Entre as diretrizes estabelecidas estão a dimensão artístico-cultural e popular das manifestações carnavalescas; o caráter público, gratuito e democrático da festa; a proteção, o respeito e a valorização das culturas populares e tradicionais, das culturas afro-brasileiras e dos demais grupos socioculturais, como crianças, jovens, idosos e pessoas com deficiência; e o uso livre do espaço público e a garantia da segurança das pessoas.

Fernanda Pereira Altoé (Novo) solicitou votação destacada do Artigo 5 do texto que proíbe a utilização de cordas, correntes e grades, e Pedro Patrus (PT) recorreu do pedido. A parlamentar explicou que a proibição inviabiliza a utilização de abadás, que é um recurso utilizado em carnavais de grandes cidades como Salvador e Rio de Janeiro. Cida Falabella pediu para que não houvesse a votação destacada e afirmou que o texto busca criar diretrizes para uma festa plural e diversa.

O recurso de Patrus foi acatado e o projeto de lei foi votado na íntegra. A aprovação contou com 31 votos "sim" e 7 abstenções. O projeto deverá ser votado em 2º turno na próxima semana, quando deve ser convocada reunião extraordinária. Caso obtenha novamente os votos necessários, a matéria segue para sanção ou veto do prefeito.

Também sobre o Carnaval e outras manifestações populares foi acatado, em 1º turno, com 34 votos favoráveis e 1 abstenção, o PL 1018/2024. Assinado por Fernanda Pereira Altoé, ele reconhece a Cozinha Mineira da Capital e a Cozinha dos bares da cidade como manifestação cultural identitária de BH. Além disso, reconhece da mesma forma os blocos caricatos, as escolas de samba, os blocos de rua e toda atividade carnavalesca espontânea, de cunho festivo, que ocorrer nos bairros e logradouros públicos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por