Casas de moradores de área interditada em Barão de Cocais são saqueadas

Cinthya Oliveira
26/04/2019 às 19:54.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:25

(Riva Moreira)

Moradores da comunidade de Socorro, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, evacuada por causa do risco iminente de rompimento da barragem Sul Superior da mina de Gongo Soco, em fevereiro, descumpriram a ordem de acessar a área interditada e voltaram para suas casas nessa sexta-feira (26). Ao chegarem no local, vários deles constataram que suas casas haviam sido saqueadas.

De acordo com a Polícia Militar, a corporação foi acionada por um vigilante que fazia a segurança da região, porque dezenas de moradores haviam entrado na área interditada. Ao conversar com os moradores sobre o crime de desobediência por acessar a comunidade, policiais receberam vários relatos de furtos.

De acordo com a corporação, foram qualificadas 29 pessoas que entraram no local, sendo que 13 delas relataram que vistoriaram suas residências e constataram que foram vítimas de furto. Houve quem relatou furto de eletrodomésticos, computadores e até cela de cavalo. O dono de um bar afirmou que ladrões arrombaram a porta e furtaram bebidas.

Vários moradores aproveitaram o momento para retirar de suas casas roupas, documentos, medicamentos, eletrodomésticos e, até, veículos. Conforme o boletim de ocorrência, os moradores teriam usado trilhas e rotas diferentes dos acessos vigiados para entrar na área interditada.

A Polícia Militar informou que está fazendo o registro das denúncias de furtos para ser repassado para a Polícia Civil e Ministério Público, bem como reforçou o policiamento nas vias que dão acesso à área de risco a fim de preservar a vida das pessoas e preservação do patrimônio.

Vigilância

Responsável pela vigilância da área interditada, a Vale informou que os principais acessos à Zona de Autossalvamento (ZAS) de Barão de Cocais têm vigilância 24 horas e que não há registro de entrada de pessoas por esses locais.

A empresa afirma que o processo de alocação das famílias afetadas em residências provisórias foi iniciado. O prazo para que a operação seja concluída depende da disponibilidade de imóveis para alugar, da sua condição física – em alguns casos precisarão passar por obras – e, por fim, do aceite, pela comunidade, das residências provisórias oferecidas pela empresa.

A Vale informou que mantém a interlocução com Defesa Civil, Polícia Militar e demais órgãos de segurança e reitera o cumprimento dos protocolos previstos no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para a Barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG). A empresa ressalta ainda que a Barragem Sul Superior é uma das nove barragens a montante inativas remanescentes da Vale e faz parte do plano de descaracterização anunciado pela empresa.

A Prefeitura de Barão de Cocais também se manifestou sobre o ocorrido, afirmando que levou para a Vale a demanda dos moradores em relação ao resgate de seus pertences e veículos. Confira a nota:

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