Chorando e acompanhado da namorada, "Maníaco do Dona Clara" pede perdão: "foi um surto"

Renata Evangelista - Hoje em Dia
Publicado em 30/10/2013 às 18:18.Atualizado em 20/11/2021 às 13:47.

"Foi um surto. Foi um surto. Não violentei ninguém". Essas foram as palavras do auxiliar administrativo que confessou ter molestado pelo menos 40 jovens, a maioria estudantes, na região Pampulha, em Belo Horizonte. Pelo crime, Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, ficou conhecido como "Maníaco do Dona Clara". 

Ele foi preso na noite de terça-feira (29) e, por um imbróglio jurídico, liberado na manhã desta quarta-feira (30) e preso novamente em menos de 12 horas. No início da tarde, a Justiça concedeu a prisão temporária do suspeito, por um prazo de cinco dias. A detenção pode ser prorrogada por mais cinco dias. Após ser submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) de BH, ele foi conduzido ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Belo Horizonte.
 
Diante dos jornalistas, o "Maníaco do Dona Clara" chorou copiosamente e se disse arrependido dos abusos que cometeu. Ele ainda pediu perdão para as vítimas. Além da namorada, o suspeito estava acompanhado por outras duas pessoas, que não foram identificadas.
 
A Polícia Militar informou que conseguiu chegar até Marcel Babosa por meio do serviço de inteligência da corporação. Com as iniciais da placa da moto que era usada no crime, HH, e o número 35 do registro do veículo, os militares cruzaram informações e localizaram Marcelo.
 
O suspeito foi preso na casa da mãe dele, na rua Isabel Bueno, bairro Santa Rosa, região da Pampulha. Durante a abordagem policial, o "Maníaco do Dona Clara" confessou que molestou várias mulheres e que o crime começou a ser praticado em setembro de 2013.
 
Além de confessar os ataques, Marcel também foi reconhecido por diversas vítimas. De acordo com a Polícia Civil, seis delas registraram boletim de ocorrência afirmando que foram atacadas pelo maníaco. Quatro já foram ouvidas pela delegada Iara França, da Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), responsável pelo caso. As outras duas ainda serão intimadas. 
 
Crime
 
Branco, forte, com o rosto coberto por um capacete e pilotando uma moto. Essa são as características descritas pelas vítimas, sendo seis delas filhas de policiais. De acordo com a investigação, ele costumava atacar as jovens no início das manhãs, quase sempre quando as jovens caminhavam para as escolas onde estudam, sem se incomodar com a luz do dia.. Além do Dona Clara, a Polícia Militar (PM) também recebeu denúncias de ataques nos bairros Santa Rosa, São Luiz, Ouro Preto e Jaraguá, todos na mesma região. 
 
O foco do maníaco eram garotas com idades entre 13 e 17 anos. Ele estacionava sua moto ao lado delas, descia do veículo, pedia alguma informação e depois partia para cima sem falar nada. Em seguida tentava agarrá-las e passava as mãos nas partes íntimas.
 
A última abordagem ocorreu na segunda-feira (28), e teve como vítima uma garota de 17 anos. Em todos os casos, o criminoso abusava das adolescentes, mas não há registro de que ele tenha consumado a penetração em algum caso. Mesmo assim, desde 2009, a legislação brasileira define como estupro qualquer "ato libidinoso" praticado mediante violência ou grave ameaça, com pena de seis a dez anos de prisão, agravada no caso de o crime ser cometido contra menores.
 
O suspeito, que é natural de São Paulo, mas vive há cerca de 20 anos em BH, é funcionário de uma empresa especializada em produção de equipamentos de proteção individual.
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