Chuva em BH é desejada, mas também temida

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
22/10/2014 às 07:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:42

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Enquanto muitos mineiros sofrem com as consequências da seca, outros estão preocupados com os impactos das chuvas que estão por vir. O período das águas mal começou e o primeiro temporal, registrado na madrugada dessa terça-feira (21), causou estragos na região metropolitana. Prejuízos que poderiam ser evitados se as obras de prevenção estivessem prontas.

Das sete intervenções em andamento em Belo Horizonte, que acabam impactando também cidades do entorno, cinco tiveram as datas de conclusão adiadas. É o caso da obra de complemento do córrego Bonsucesso, no Barreiro, afluente do ribeirão Arrudas. Estão previstas, entre outras coisas, a implantação de redes coletoras de esgoto, de microdrenagem e o tratamento do córrego. Inicialmente anunciado para ser finalizado no segundo semestre de 2011, o trabalho agora deve durar até o segundo semestre de 2016.

Se já estivesse concluída, a obra poderia evitar transtornos causados pelo grande volume de água sem possibilidade de escoamento, registrado durante temporais na região. Exatamente o que ocorreu na madrugada dessa terça, na avenida Tereza Cristina, na divisa com Contagem (RMBH). Em um ponto da via, o asfalto foi danificado por causa do ribeirão Arrudas, que transbordou.

Outro ponto da Tereza Cristina, próximo à avenida Tito Fulgêncio, no bairro Cidade Industrial, também em Contagem, ficou alagado por causa da chuva. No bairro Água Branca, pessoas ficaram presas nos carros, arrastados pela enxurrada. Elas foram resgatadas por bombeiros.

Problemas que podem voltar a ocorrer em pontos da capital afetados em outros períodos chuvosos. Isso porque as obras prometidas para prevenção de enchente não ficaram prontas e ainda estão longe de ser concluídas.



CRÔNICO

As intervenções previstas para a avenida Francisco Sá, que alagou em novembro de 2012 e provocou muitos estragos, só devem ficar prontas no segundo semestre de 2015.

Na avenida Prudente de Morais, também com histórico de alagamentos, as obras, antes previstas para ser concluídas no segundo semestre de 2015, só serão finalizadas no primeiro semestre de 2017.

As intervenções no córrego São Francisco, fonte de problemas para o Aeroporto da Pampulha quando transborda, só terminam no segundo semestre de 2015 – e não mais no primeiro semestre.

Prefeitura culpa burocracia

A prefeitura justificou o atraso por causa de trâmites burocráticos. Antes das obras, vários procedimentos devem ser concluídos, como a desapropriação de terrenos, que atrapalha o cronograma quando vai a juízo.

Outro fator de impacto na evolução da obra é o próprio período chuvoso, devido ao fato de a maior parte das intervenções ser nos leitos dos cursos d’ água.


 

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