Cinco minutos. Esse foi o tempo que muitas famílias de Paracatu, distrito também atingido pela lama da barragem de rejeitos da empresa Samarco, que se rompeu na tarde de quinta-feira (5), em Mariana, na região Central de Minas, tiveram para juntar seus pertences e abandonar as casas para se salvar.

Por volta das 17h de quinta-feira, começou a evacuação em direção a um morro próximo à região de Furquim. Refugiados no ponto mais alto que encontraram os sobreviventes ficaram até por volta de meia noite, quando chegou o socorro. Eles seguiram em comboio dentro de caminhonetes e carros pequenos da Polícia Militar e da Prefeitura de Mariana.

Às 3h, as famílias começaram a chegar na Arena Mariana, montada para receber os desabrigados. O restante da madrugada foi de apreensão. Os poucos minutos que antecederam o amanhecer foram passados em claro. "Não tinha nem como dormir. Graças a Deus deu para salvar minha família. A única coisa que deu para levar foram os documentos, meus, dos meus filhos e do marido", disse a moradora do distrito de Paracatu, Silvia Inês Anacleto, 32 anos.

Mãe de duas crianças, uma de 1 ano e outra de 9, Sílvia conta que moradores viveram momentos de terror até conseguirem sair de suas casas. "Disseram que teríamos, no máximo, cino minutos para tirar as coisas e sair correndo em direção ao ponto mais alto", contou a sobrevivente, que lamentou ainda sobre não saber o que fazer da vida agora que perdeu tudo que conquistou.

Quem também estava desesperada era a dona de casa Ana Lúcia da Silva, 46 anos. Ela também morava em Paracatu com duas filhas, o genro e uma neta de 1 ano. Aos prantos, Ana Lúcia contou que perdeu tudo. "Minha casa estava quase pronta. Faltava só pintar. Foi com muito custo que conseguimos construir essa moradia", disse. "Eu perdi tudo, perdi tudo", repetiu várias vezes a dona de casa.

Confira a galeria de imagens da tragédia:

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