(CARLOS ROBERTO)
A Cemig registrou no ano passado 4.856 colisões de veículos com postes do sistema elétrico em sua área de concessão, número 3% inferior ao registrado em 2015. Esses acidentes de trânsito provocaram interrupção no fornecimento de energia para cerca de 1,6 milhão de clientes. A região que contabilizou o maior número de acidentes dessa natureza foi o Triângulo Mineiro, com 1.189 abalroamentos, cerca de 25% do total.
O maior número de clientes impactados – cerca de 445 mil, ou 29% do total – está no Centro do Estado, apesar de a região ter registrado menos acidentes em comparação com o Triângulo. Já o Oeste de Minas foi o menos prejudicado, de acordo com o levantamento da companhia. Lá, pouco mais de 123 mil unidades consumidoras ficaram sem eletricidade em 2016 por causa de abalroamentos.
O engenheiro do sistema elétrico Márcio Moreira Gonçalves, da Cemig, explica que quando um poste é danificado, uma equipe de emergência é deslocada para avaliar a situação e definir as ações que deverão ser realizadas. “Geralmente, os serviços são complexos e demandam tempo e diversas equipes, pois envolvem o isolamento da área afetada, a retirada do veículo e a substituição ou reconstrução do poste quebrado e da rede elétrica, o que traz transtornos ao trânsito e à população”, afirma.
Ainda segundo Márcio Gonçalves, o trabalho de manutenção da Cemig nesses casos costuma depender, também, da ação de outros agentes públicos, como policiais militares, agentes de trânsito e bombeiros, uma vez que os acidentes podem gerar vítimas, incêndios e interdições de vias. “Vale lembrar que, quando há realização de inquérito policial, as equipes da Cemig só conseguem iniciar os trabalhos de reparo da rede elétrica após receberem autorização da Polícia”.
Custos e responsabilidade
Somente no Centro do Estado, aproximadamente três postes são danificados diariamente em acidentes de trânsito. Somando-se os custos do poste, cabos e outros materiais, cada serviço custa, em média, R$ 3.300. Isso significa que a Cemig gasta cerca de R$ 3,5 milhões por ano com as manutenções. Porém, a responsabilidade pelo prejuízo é daqueles que causam os acidentes.
De acordo com o engenheiro Márcio Gonçalves, quem abalroa o poste é comunicado pela Cemig para arcar com os custos do serviço. “O motorista que causou o acidente tem prazo de até 60 dias para pagar os danos causados à rede da Cemig. Se não pagar dentro desse prazo, ele será acionado judicialmente”, afirma.
Postes escorados
Márcio Gonçalves esclarece, ainda, que em alguns casos os postes abalroados são escorados com madeiras. “É uma solução paliativa para que o fornecimento de energia seja restabelecido mais rapidamente. Os postes escorados com madeiras são completamente seguros e possuem a mesma capacidade dos postes normais. E mesmo nesses casos, é feita a programação para a substituição definitiva posteriormente”, finaliza.
(Com Cemig)*