Após o Hoje em Dia noticiar um vídeo em que mãe e filha denunciam uma operação desastrada da Polícia Militar, que teria transformado uma simples ocorrência de trânsito em uma exposição de truculência e abuso de autoridade, uma das envolvidas, a empresária Mardelle Salomão, de 56 anos, acusa o policial militar de tê-la agredido. "A polícia precisa ser melhor preparada. Não pode tratar as pessoas com tanta brutalidade, como se nós fôssemos animais".
Ainda muito atordoada, com uma grande cicatriz em forma de “V” na testa, se queixando de dores no pescoço e se recuperando de uma infecção urinária, pois alega ter sido impedida até de ir ao banheiro, Mardelle, mãe da estudante Caroline Salomão, disse que defenderia a filha até a morte.
Confira entrevista com Mardelle Salomão
Como a senhora avalia esse episódio?
Vejo que certos policiais militares não estão devidamente preparados para lidar com as pessoas. Essa era uma situação simples, que se transformou num filme de terror.
Como a senhora foi ferida?
Eu voltava da plataforma depois de embarcar minha outra filha para o Rio, quando vi a Caroline sendo agredida. Corri para defendê-la e, quando a abracei, recebi um golpe de algemas na testa.
E a partir daí?
Começou a sangrar muito e ficamos muito nervosas, principalmente quando os policiais insistiram em nos separar. Ali, eu morreria por minha filha, mas não a deixaria sozinha.
A senhora teve medo de coisa pior?
Sim. Cheguei a ouvir um policial dizer que seria melhor me dar um “sossega-leão”. Eu tinha que ficar consciente, pois temia que eles nos separassem, que sumissem com a gente.
Havia alguma policial feminina no local?
Não. Tive o desprazer de ver um policial levantar a blusa da Caroline. Foi muito ultrajante. Hoje, não saio de casa, tenho medo de encontrar um policial.
O que a senhora pretende fazer?
Teremos uma audiência no próximo dia 26 no Batalhão de Trânsito. Vou acionar o Estado por perdas e danos morais.
Veja o vídeo da abordagem policial