Dia mundial da água

Com chegada das estações secas, período de estiagem pede uso consciente da água

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
22/03/2022 às 18:43.
Atualizado em 22/03/2022 às 18:54

Funcionária de condomínio usa mangueira para lavar a calçada durante período de rodízio da Copasa na RMBH (Luciane Amaral / Hoje em Dia)

O nível dos reservatórios utilizados para abastecimento das cidades mineiras estão com quase 100% da capacidade total. E, com o período de estiagem se aproximando, é fundamental fazer uso consciente do recurso para evitar uma crise hídrica e garantir o abastecimento para todos.

“Esse ano foi privilegiado”, avalia a assistente socioambiental da Copasa, Maria Cândida da Silva Passos de Oliveira. A ocupação quase total dos reservatórios em 2022 foi graças a um período intenso de chuvas, que provocou, inclusive, danos econômicos e a perda de 30 vidas humanas. 

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de chuvas em fevereiro deste ano ultrapassou a média histórica de 77mm e atingiu 245mm de precipitação, contribuindo para que o nível dos reservatórios subissem. 

Os do Sistema Paraopeba, que abastece aproximadamente 2,56 milhões de moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão com 99% da capacidade total, que é de 276 milhões de m³.

Uso consciente

No entanto, independentemente dos reservatórios estarem cheios, é necessário um esforço conjunto para o uso racional da água, alerta a assistente socioambiental da Copasa. “O consumo está ligado à educação, aos hábitos de cada um. É necessário fazer uso consciente, com responsabilidade, para quando o período de estiagem chegar não ser necessário fazer racionamento do recurso”, ressalta.

Mudanças de hábito ajudam a garantir o fornecimento. Evitar “varrer” calçadas com água, lavar carros com água armazenada em balde, manter torneiras fechadas ao lavar vasilhas ou ao escovar os dentes são alguns dos exemplos para economizar o recurso. A Copasa frisa que essas pequenas ações também contribuem para prolongar a vida útil dos rios e mananciais, garantindo o fornecimento de água necessária a toda a população.

E o uso consciente chega ao bolso do consumidor na fatura: quanto menor o consumo, menor o valor da conta. A companhia diz que segue uma política tarifária que promove o consumo responsável.

De acordo com a empresa, em fevereiro de 2021 o consumo médio dos imóveis foi de 9,40m³. No mesmo período, em 2022, a média caiu para 8,75m³, mesmo no mês mais chuvoso dos últimos anos.

Problema social 

O abastecimento é também um problema social: milhares de lares não têm água em razão do desperdício diário. As perdas são geradas por ligações clandestinas, vazamentos, falhas de leitura de hidrômetro e desvios irregulares.

Um levantamento da empresa mostra que 3 bilhões de litros de água são desviados mensalmente por meio de ligações clandestinas em Minas Gerais. O volume é suficiente para abastecer metade das residências de Belo Horizonte por 30 dias.

Além disso, imprevistos técnicos também podem gerar uma crise hídrica. Neste mês, por exemplo, moradores de oito cidades da região metropolitana de BH foram obrigados a fazer parte de um rodízio de água de 12 dias, devido ao rompimento de uma adutora. Cerca de 500 mil pessoas foram afetadas.

Apesar do transtorno inesperado a assistente da Copasa acredita que o problema serviu também para despertar a consciência da população. “Espero que esses momentos de escassez tragam alguma reflexão para as pessoas. Diante da falta do recurso, é provável que elas valorizem e tenham mais responsabilidade ao consumi-lo”, concluiu Maria Cândida. 

Pensando no futuro

Economizar água é também pensar nas próximas gerações e no meio ambiente. O superintendente da Unidade de Negócio Metropolitana, Sérgio Neves, explica que a água é um recurso essencial à vida e não é renovável.

“Portanto, além de ajudar na redução do valor da conta, usar a água com consciência contribui com a sua preservação e para garantir esse recurso para as gerações atuais e futuras”, alerta o executivo.

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