A vacinação contra a Covid-19 já é uma realidade – mesmo que sem doses para toda a população. Porém, em meio à chegada da principal arma para barrar o coronavírus, a desconfiança, de parte da população, ainda recai sobre a CoronaVac, produzida pelo Butantan em parceria com a chinesa Sinovac. Tudo por conta da eficácia global nos testes realizados no Brasil, que apontou 50,4%.
Nessa primeira etapa de vacinação no Brasil, 6 milhões de doses foram disponibilizadas; em Minas, são 577 mil
Nas redes sociais não é difícil achar relatos de pessoas confusas sobre o que realmente quer dizer esse número. Internautas chegaram a questionar a possibilidade de apenas metade dos vacinados produzirem anticorpos. Mas não é nada disso. A eficácia global significa que pouco mais da metade de quem receber a vacina terá, no máximo, sintomas muito leves da doença, caso seja contaminado.
A eficácia global de 50% mostra que metade das pessoas que receberem a vacina terão, no máximo, sintomas muito leves do novo coronavírus
De maneira geral, quem for imunizado com a CoronaVac estará livre de desenvolver a forma grave da enfermidade e não corre risco de internação. Aliado a isso, segundo os estudos do Butantan, 78% das vacinados não terão nem sintomas leves, que ainda necessitem de cuidados médicos.
Segundo o infectologista e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em Belo Horizonte, Carlos Starling, as pessoas desenvolverão os anticorpos, mas só metade poderá ter algum sintoma bem leve.
“A chance de não ter absolutamente nada é de 50%. Ou seja, quem tiver contato com o vírus e não tomar a vacina tem duas vezes mais chances de ter a doença, eventualmente de forma grave”.
O infectologista Unaí Tupinambás, também membro do comitê da capital, acrescenta: “uma vacina que lhe impede de ir para o hospital em 78% das vezes, é muito bom”, celebra.
Para o especialista, o plano de vacinação envolvendo a CoronaVac será fundamental para aliviar os sistemas de saúde que estão em colapso atualmente, como o de Manaus. “Cortando esse círculo vicioso, as pessoas param de se internar, que é o objetivo desse momento, e já é um grande feito. Estaremos saindo de um atoleiro, é o começo do fim”, completou.
Veja o que diz Unaí Tupinambás:
Aprovação do segundo lote
Na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade a autorização emergencial do segundo lote da CoronaVac. A diferença da análise deste para o primeiro está no fato de que o envase e os processos de rotulagem e embalagem ocorrem no Instituto Butantan, em São Paulo. São 4,8 milhões de doses produzidas na China, que envia para esses procedimentos na sede do centro de pesquisa paulista.