Com estudo e trabalho, detentas seguem à espera do recomeço longe do cárcere

Gabriela Sales - Hoje em Dia
Publicado em 12/08/2013 às 06:38.Atualizado em 20/11/2021 às 20:53.

“O maior desejo é ver meus filhos crescerem”. A fala da detenta Luciene, de 25 anos, traduz o sentimento de muitas das 2.600 mulheres que cumprem pena em Minas. Grande parte responde por envolvimento com o tráfico de drogas, conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Mas, mesmo atrás das grades, tenta resgatar valores e a convivência com a família.

O Estado tem seis unidades prisionais exclusivas para o público feminino – penitenciária, presídio e casa do albergado, além de centros de apoio e hospital.

Nelas, as custodiadas cumprem a sentença em meio a muito trabalho. Atividades educacionais, profissionalizantes e multidisciplinares ajudam a ocupar o tempo.

Referência na região Norte de Minas, o presídio Alvorada, em Montes Claros, abriga 49 detentas e 280 homens. Os internos são separados em alas. “Mesmo sendo misto, o presídio vive em harmonia e oferece atividades diferenciadas para cada um dos grupos”, explica o diretor-geral da unidade, Geraldo Carvalho Júnior.

Quem imagina um cenário de tristeza e abandono entre celas e pavilhões se surpreende ao caminhar pelas dependências da ala feminina. O que encontra são paredes pintadas em tons claros e sem pichações e divisão de tarefas entre as detentas.

“O espaço é pequeno e, por isso, temos que deixar tudo organizado. Por um bom tempo, será nossa casa e precisamos zelar por ela”, diz A.S.V., de 32 anos, que cumpre oito anos de reclusão por tráfico de drogas.

Produtos de beleza, higiene pessoal e flores de papel enfeitam o lugar e tentam lembrar o mundo do lado de fora.

Vaidade

Cabelos bem cuidados, unhas cortadas e um pouco de esperança no olhar. “Gosto de pintar o cabelo. Às vezes, improvisamos um salão para hidratá-los. Sentimos falta, na verdade, é de fazer as unhas”, conta Lucimara, de 31 anos, há três na unidade por tentativa de homicídio.

Fora das celas, as presas tentam suprir o tempo com atividades, principalmente manuais.

Corte e costura, confecção de sacolas de papelão e bonecas de pano são ensinados graças a parcerias entre a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) e empresas privadas. “Cedemos o espaço e assim elas (as presas) aprendem uma profissão”, diz o diretor de atendimento, Geraldo Cardoso de Sá Neto.

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