Comerciantes da Savassi denunciam nova onda de assaltos na região

Gabi Santos - Hoje em Dia
11/11/2013 às 21:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:05

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

"Essa foi a quinta vez que a loja foi arrombada em pouco tempo e os ladrões levaram várias mercadorias", desabafou um funcionário da loja Casa e Coisas, que fica na avenida do Contorno, na região da Savassi, em Belo Horizonte. "Desta vez, os arrombadores conseguiram levantar a porta ondulada e puxar mercadorias diversas, inclusive uma escada. Eles estão agindo durante a madrugada, entre 4 e 6 horas, quando o movimento é pequeno. Acho que eles, durante a noite, se fingem de moradores de rua e cobrem a visão da frente da loja com papelões para não serem vistos. Para quem passa de carro não dá para ver nada. E o normal é pensar que atrás daquele papelão tem morador de rua dormindo, quando, na verdade, estão é arrombando portas".   A possibilidade de que ladrões estejam se misturando com moradores de rua na Savassi para praticar crimes é aceita por diversos empresários que tiveram lojas arrombadas nos últimos anos. Neste ano, a área mais visada pelos crimonosos tem sido as das ruas Alagoas, Pernambuco, Bahia, Viçosa e avenida Professor Morais, onde os estranhos não escolhem artigos para furtar. Preferem objetos que possam ser vendidos rapidamente.   É difícil acreditar que os ladrões possam ter algum interesse em leitura, mas as livrarias e sebos da área também recebem visitas noturnas dos estranhos. "Deixei trancados em uma gaveta um talão de cheques e algum dinheiro", lembrou Marco Antônio Meyer, proprietário do Sebo Savassi, livraria localizada na rua Alagoas, arrombada no começo deste mês.    O empresário João Eduardo Farah, do pub e bar "Duke'N'Duke", na rua Alagoas, se disse com mais sorte porque os ladrões conseguiram arrombar uma porta, mas não puderam entrar, pois encontraram outra de vidro. Prevenido, o empresário está reforçando portas e janelas.   Dentre os estabelecimentos arrombados estão a "Casa e Coisas", "Livraria Quixote", "Restaurante Rococó", "Loja Baby" e outras 30 lojas. A última ocorrência de prisão na região aconteceu na madrugada do dia 17 de agosto deste ano. Na ocasião, três homens foram presos após arrombarem uma loja de brinquedos.    O coordenador do Conselho da Savassi no Clube de Dirigentes Lojistas (CDL) e presidente da Associação Moradores e Amigos da Savassi, Alessandro Runcini, disse que "é preocupante receber notícias de arrombamentos de lojas na Savassi". E que, na próxima reunião do conselho, vai pedir mais atenção da Polícia Militar para a área próxima da rua Alagoas e toda região.    Runcini acrescentou que nos últimos meses havia percebido até um decréscimo nos casos de arrombamentos e assaltos em casas comerciais, mas que diante da realidade denunciada pelos comerciantes da rua Alagoas e proximidades, vai voltar ao tema da necessidade de reforço do policiamento na região. O Hoje em Dia procurou oficiais da 4ª Cia. da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da Savassi, mas na 5ª Seção da unidade foi informado que "todos os oficiais estavam em reunião e nenhum deles podia falar sobre o assunto".   A assessoria da Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), informou que de janeiro a junho de 2012 foram registrados 1.535 ocorrências de arrombamentos em Belo Horizonte e 3.216 no ano passado. Neste ano, de janeiro a junho, foram registrados 1.388 casos. A secretaria não possui números específicos da Savassi ou zona sul da capital.

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