Cerca de 50 comerciantes da avenida Pedro II voltaram a interditar a via no início da manhã desta terça-feira (10). Eles atearam fogo em pneus e fizeram uma barricada na entrada do viaduto B do Complexo da Lagoinha. Os proprietários das lojas se manifestaram contra mudança da BHTrans na via. Desde o último sábado (7), foram implantadas faixas exclusivas para ônibus, impedindo o estacionamento nos dias úteis. A via atende também a uma das linhas do BRT/Move.   Segundo os comerciantes, o movimento de clientes nas lojas foi reduzido devido às modificações. “Nosso comércio caiu cerca de 50 por cento. Não estamos conseguindo manter e estamos trabalhando praticamente para pagar aluguel e funcionários”, explica o proprietário de uma loja de autopeças, Marcelo Barros, de 41 anos. Ele possui o estabelecimento há cerca de 20 anos e reclama que o trabalho de carga e descarga também foi prejudicado. “Não queremos atrapalhar ninguém, só queremos ser atendidos”, diz.   O protesto iniciou por volta de 7h30 e durou pouco mais de uma hora. Os motoristas que tinham que passar pela região precisaram fazer desvios pelas ruas com ramificações para o Centro, passando por dentro do bairro Padre Eustáquio, o que provocou um grande congestionamento nas vias do entorno. Após a chegada da Polícia Militar, os manifestantes concordaram em liberar a via e militares do Corpo de Bombeiros foram acionados para apagar as chamas.    Segundo o tenente Ricardo Gomes, do 34º Batalhão de PM, o protesto não provocou tumulto e os manifestantes aceitaram desinterditar a rua após diálogo. “É uma regiao que tem um comércio voltado para veículos e a gente acredita que existam sistemas elétricos e de gás que, junto com o fogo da barricada, podem causar problemas”, afirma.   Segundo dia   Esse foi o segundo protesto realizado pelos comerciantes com a mesma reivindicação. Na última segunda-feira (9) eles chegaram a interditar os dois sentidos da avenida Pedro II na altura do bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste da capítal. Na primeira manifestação, cerca de 30 participantes marcaram presença no ato.   Para o sócio de uma das lojas de autopeças da região, Rômulo Jannuzzi, 36 anos, a prefeitura cometeu uma “falta de respeito”. “Até para retornar ficou complicado. Além disso, fica difícil para os clientes estacionarem em frente às lojas”, lamenta.   Os comerciantes alegam que a prefeitura não dialogou com os comerciantes antes de realizar a mudança. No entanto, a BHTrans informou, por meio de nota, que as modificações foram debatidas com a comunidade e com representantes do comércio na região.    Ainda segundo a nota, as operações de carga e descarga, bem como o estacionamento de veículos podem ser feitos nas vias transversais à Avenida Pedro II, onde foram implantadas 517 vagas de estacionamento rotativo. De acordo com informações do órgão, a rotatividade irá viabilizar até 2.585 oportunidades de vagas por dia. Já no domingo, o estacionamento será liberado.

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