Comércio de BH lamenta aumento da passagem de ônibus 'sem aviso prévio'
"Lojistas da capital que, em sua maioria, são de médio e pequeno porte, terão que arcar com custos que não estavam previstos”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva
O setor de comércio e serviços da capital mineira, representado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), lamentou o aumento de quase 10% da tarifa dos ônibus coletivos anunciado nesta sexta-feira (27) pela Prefeitura. O valor de R$ 5,75 começa a vigorar no dia 1º de janeiro (próxima quarta-feira).
A entidade entende que o reajuste irá prejudicar o planejamento administrativo e financeiro das empresas, bem como afetar o poder de compra da população.
“Solicitamos ao Executivo que houvesse um aviso prévio de, pelo menos, 30 dias para que os comerciantes pudessem se adequar ao novo preço da passagem. Infelizmente, isso não aconteceu e chegamos ao fim do ano sendo prejudicados por esses reajustes. Os lojistas da capital que, em sua maioria, são de médio e pequeno porte, terão que arcar com custos que não estavam previstos”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Ainda de acordo com o dirigente, além do impacto imediato nos caixas das empresas, o reajuste também limita futuros investimentos.
“À medida que o comerciante tem um aumento de custos e manutenção de seu negócio, ele precisa realocar verbas para conseguir manter o funcionamento básico, como é o caso do transporte dos funcionários. Nesse cenário, ele deixa de investir em outros pontos, como expansão, valorização do colaborador e, até mesmo, abertura de novos postos de trabalho”, explica.
Outro ponto levantado pela CDL/BH em relação ao reajuste diz respeito ao poder de compra da população.
“Já vivemos um cenário onde as famílias estão mais cautelosas em relação ao consumo em função do aumento dos preços de diversos produtos, inclusive os de cesta básica. Com este novo aumento da passagem, o orçamento fica mais apertado e as pessoas tendem a reduzir o consumo, o que prejudica o desempenho do comércio, que é o principal gerador de empregos da cidade”, enfatiza Souza e Silva.