O crescimento de 2,46% do comércio varejista da capital nos primeiros cinco meses de 2014 esteve abaixo do que foi registrado nos últimos cinco anos nesse mesmo período. De janeiro a maio o varejo apresentou alta de 4,53%, em 2013; 5,78%, em 2012; 5,82%, em 2011; 5,8%, em 2010; e de 3,7%, em 2009. Os dados divulgados neste quarta-feira (16) fazem parte do termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) do mês de maio.
De acordo com a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, o resultado negativo das vendas dos primeiros cinco meses de 2014, na comparação com os anos anteriores, é reflexo do poder corrosivo da sobre a renda das famílias. “Com o aumento do nível dos preços a renda disponível dos trabalhadores para o consumo foi reduzida”, explicou.
Nos meses iniciais deste ano, os setores de tecidos, vestuário, armarinho e calçados apresentaram crescimetno de 3,71%; supermercados e produtos alimentícios de 3,7%; máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças de 3,01%. Os setores de ferragens, material elétrico e de construção cresceram apenas 1,34%, enquanto papelarias e livrarias apresentaram aumento de 1,02%.
Comparando com o mês de abril, as vendas do comércio de Belo Horizonte em maio registraram alta de 1,41%. Para Ana Paula, tal desempenho deve-se, principalmente, ao Dia das Mães, que tradicionalmente provoca um aumento do volume de vendas para os setores de moda feminina, perfumaria e cosméticos, calçados, dentre outros. Na comparação entre os dois meses, os setores de papelarias e livrarias sofreram queda de 4,61%; supermercados e produtos alimentícios de -2,05%; ferragens, material elétrico e de construção de 0,27%.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, em maio o varejo da capital mineira apresentou aumento de 0,38%, resultado abaixo da expectativa da CDL/BH que era entre 1,99% e 3,09% devido ao Dia das Mães. A economista da CDL/BH atribuiu o baixo desempenho a atual conjuntura econômica, menos favorável ao consumo, tendo em vista a maior inflação e alta da taxa de juros em relação ao mesmo mês do ano anterior. “Os consumidores estão com a renda mais comprometida e, ao mesmo tempo, com maior dificuldade em obter crédito no mercado”, explicou Ana.
Os setores que apresentam crescimento no quinto mês deste ano em relação a maio de 2013 foram: produtos farmacêuticos (+3,6%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (+3,05%); veículos novos e usados (+1,51%); artigos diversos (+0,9%) e ferragens, material elétrico e de construção (+0,21%). Apresentaram redução: (-5,74%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,8%) e supermercados e produtos alimentícios (-0,51%).
*Com CDL/BH