Comida típica é presença certa na merenda mineira

Ernesto Braga e Danilo Emerich/Hoje em Dia
21/07/2013 às 08:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:14

Carne de sol e pequi, café com leite, banana e outras frutas típicas de todas as partes de Minas. Esses são apenas alguns ingredientes do cardápio com 52 combinações do Programa Estadual de Alimentação Escolar. Criado por um grupo de nutricionistas, o “menu” é enviado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) às 3.686 escolas da rede.   Coordenadora do programa, a nutricionista Valéria Monteiro de Jesus explica que as combinações são feitas de acordo com a disponibilidade de gêneros alimentícios na região. “Além das 52 opções, há uma lista com possíveis substituições de frutas e legumes. Consideramos a aceitabilidade dos alunos para que não haja rejeição”, diz.   Para montar o cardápio, a SEE faz pesquisas no arquivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) sobre as vocações agrícolas do Estado.  “Há também uma planilha do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sobre a quantidade ideal de carboidratos, minerais e vitaminas, levando em conta a faixa etária dos alunos, que varia de 11 meses a 60 anos, e o tempo de permanência deles na escola”, afirma Valéria.   Particularidades   Segundo a especialista, o Norte de Minas é a região com mais peculiaridades quanto aos alimentos usados na merenda escolar.  “Não só o pequi e a carne de sol, mas o feijão-de-corda, o feijão andu, a banana-da-terra e a mandioca são típicos de lá. Hoje está tudo globalizado e não há muita diferença no resto do Estado. A base é arroz, feijão, fubá e macarrão”.   A Lei Federal 11.947 determina que 30% dos recursos da União para a alimentação escolar, em instituições de ensino públicas e filantrópicas, sejam para a aquisição de produtos da agricultura familiar.    A regra contribui para que alimentos típicos cheguem às escolas. “Não são apenas os vegetais, mas arroz, feijão, farinha, carne e ovos. Essa regionalização também é tratada como prática pedagógica”, diz Valéria.   Para cada dia letivo do ano, o governo federal destina, para a compra da merenda, R$ 0,30 por aluno da educação básica, R$ 0,50 do pré-escolar, R$ 0,60 da educação indígena e quilombola, R$ 0,90 do programa Mais Educação (tempo integral) e R$ 1 das creches. “A rede estadual encaminha a verba para o caixa de cada escola. Nos municípios, o recurso é enviado às prefeituras, que compram os alimentos”, diz a nutricionista.   Predileta   Apesar do cardápio com mais de 30 opções, na Escola Estadual Leon Renault, no bairro Gameleira, zona Oeste de Belo Horizonte, a macarronada reina absoluta na preferência dos alunos. A receita com molho bolonhesa, ovos e queijo é “obrigatória” uma vez por semana, ou a diretora Antônia Mary Martins dos Santos ouve reclamações. “É muito bom ver os alunos repetindo o prato. Difícil é ter um dia em que sobre comida”, diz a cozinheira Alessandra Teixeira da Silva.   Às sextas-feiras, pratos salgados não têm vez, e a meninada adora quando há arroz doce e canjica. No entanto, também há merendas que recebem cara feia. “Não gosto quando é arroz com feijão”, confessa João Vitor Mendes Valentin, de 7 anos. Nesses dias, as cozinheiras têm que se desdobrar e incrementar o básico com legumes, verduras e carnes.   Leia mais na Edição Digital

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por