Comissão da ALMG conclui que lama da Samarco ainda pode vazar

Gabriela Sales - Hoje em Dia
Publicado em 29/01/2016 às 18:59.Atualizado em 16/11/2021 às 01:13.
 (Cristiano Machado/Hoje em Dia)
(Cristiano Machado/Hoje em Dia)

Assim como o Ibama, a Comissão Extraordinária de Barragens da Assembleia Legislativa também avalia que há um risco iminente de nova movimentação de rejeitos remanescentes da barragem de Fundão, da Samarco, em Marina. A comissão visitou ontem o complexo da mineradora, onde 20 milhões de m³ de lama permanecem armazenados na represa.


Segundo o presidente do grupo legislativo, deputado Agostinho Patrus, a movimentação de rejeitos da última quarta-feira deixa claro a falta de segurança na região. “Esse risco aumenta cada vez mais, com o volume das chuvas, que tem sido muito expressivo nas últimas semanas”, explica.


Por outro lado, de acordo com o parlamentar, a comissão avaliou como positiva o avanço das obras de reforços dos diques e na barragem de Santarém. “Mas nos preocupa muito o volume de terra que ainda se encontra no local e a possibilidade dele escorrer”, avalia.


Na próxima segunda-feira, a comissão irá realizar outra visita à mineradora. Também para a próxima semana, será realizada uma audiência pública com o delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações, Rodrigo Bustamante, a respeito do desastre, que matou 17 pessoas e deixou outras duas desaparecidas.


Oitivas


Ontem, os representantes da empresa, Kleber Terra e Ricardo Vescovi foram ouvidos no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A promotoria não informou o teor dos depoimentos.


Em nota, a Samarco reafirmou que as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis, com base no continuo monitoramento, realizado 24 horas por dia, sete dias por semana.


A empresa garantiu ainda que a movimentação de rejeitos se deu em função das chuvas. “Ressaltamos que o volume deslocado permanece entre a barragem de Fundão e Santarém, dentro das áreas da Samarco”, reforçou o texto.

OUTRO LADO

A Samarco esclarece que as movimentações, como a que ocorreu na quarta-feira, já eram esperadas devido ao volume de massa remanescente na barragem de Fundão e a quantidade de chuva registrada neste período, muito superior à média histórica. Como referência, de outubro até o momento, já foram registrados 1228mm de chuva na região; 647 mm em janeiro e, nas 24 horas anteriores ao ocorrido, 65mm.

A construção dos diques de contenção de sedimentos abaixo da barragem de Santarém, iniciadas logo após o acidente, já contemplava este tipo de ocorrência.

Movimentações de lama como a ocorrida na quarta-feira não impactam a barragem principal de Germano, cuja estrutura está estável. Já em relação à Santarém, desde o acidente com a barragem de Fundão essa estrutura tem recebido obras de reforço e sua situação é de estabilidade.

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