Um novo passo foi dado nesta quarta-feira (28) no sentido de preservar a cultura mineira. O Conselho Estadual de Patrimônio (Conep) reconheceu por unanimidade a Comunidade dos Arturos, localizada no bairro Jardim Vera Cruz, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, como bem cultural de natureza imaterial que constitui patrimônio cultural de Minas Gerais.

 

Os Arturos são uma comunidade familiar, tradicional, de ascendência negra, formada pelos descendentes e agregados de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Maria da Silva. Em sua vivência diária, eles mantêm diversas expressões culturais e festas tradicionais como Batuque, Folia de Reis, Candombe, Reinaldo de Nossa Senhora do Rosário, Festa da Abolição e Festa do João do Mato. 

 

Segundo Jorge Antonio da Silva, uma das lideranças dos Arturos, o reconhecimento dentro de Minas e do Brasil eleva a autoestima de cada membro da comunidade. “Saber que os trabalhos de pesquisas em nossa comunidade resultaram no seu registro como bem cultural de Minas Gerais, é sinal que os nossos ancestrais não trabalharam em vão”,. 

 

Já segundo o gerente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Luis Gustavo Molinari Mundim, o processo de estudo das tradições da comunidade foi muito enriquecedor. “Durante o período de dois anos, numa convivência quase que diária, constatamos a importância e a relevância da comunidade como mantenedora de diversas tradições culturais de Minas e do Brasil”.

 

A Comunidade Arturos é o terceiro bem imaterial registrado em Minas. O primeiro foi o modo de fazer o queijo artesanal da região do Serro, registrado em 2002; e a festa de Nossa Senhora dos Homens Pretos de Chapada do Norte que também recebeu o reconhecimento como bem cultural em maio de 2013.