
Depois de muito tempo de espera, 14 comunidades rurais de seis municípios do Vale do Jequitinhonha receberam o Certificado de Quilombolas. A certificação é de responsabilidade da Fundação Cultural Palmares (FCP) e conta com a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e apoio da Federação dos Quilombolas de Minas Gerais (N'golo) por meio da Comissão das Comunidades Quilombolas do Médio Jequitinhonha (Coquivale). O documento também é um instrumento que permite que as famílias sejam incluídas as políticas públicas voltadas para este segmento.
As comunidades quilombolas são grupos étnicos que se autodefinem a partir de relações com a terra, o parentesco, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.
Neste ano, a fundação já distribuiu 143 certificados em todo país sendo 23 para comunidades quilombolas em Minas Gerais. Com isso, a Fundação contabiliza a certificação de 2.821 comunidades como remanescentes de quilombo rural ou urbano.
Dona Sebastiana Soares Pereira Macedo é da comunidade rural de Bem Posta, antigo ponto de compra e venda de escravos, a 36 quilômetros de Minas Novas. A região foi povoada antes mesmo da fundação do município mas o reconhecimento só veio tempos depois. "Estamos muito felizes porque recebemos nossa identidade"
Nos próximos meses, a região começa a receber visita técnica para a elaboração de um diagnóstico para levantar demandas das comunidades. "É uma resposta à audiência pública realizada no semestre passado em que o diagnóstico era uma das reivindicações", diz Rafael Barros, assessor regional da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos), vinculada ao Ministério Público Estadual.