Cadeira nº 40

Conceição Evaristo é eleita a nova imortal da Academia Mineira de Letras

Escritora disputou com outros cinco candidatos e foi eleita com 30 votos, entre 34 votantes

Da Redação
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Publicado em 15/02/2024 às 17:50.
A escritora belo-horizontina Conceição Evaristo, nascida na favela do Pindura Saia, vai ocupará a cadeira de número 40 (Juh Almeida)
A escritora belo-horizontina Conceição Evaristo, nascida na favela do Pindura Saia, vai ocupará a cadeira de número 40 (Juh Almeida)

A Academia Mineira de Letras elegeu nesta quinta-feira (15), a mais nova integrante. A escritora belo-horizontina Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida na favela do Pindura Saia, na Região Centro-sul da capital mineira, vai ocupará a cadeira de número 40, vaga desde a morte da professora Maria José de Queiroz.

Segundo a comissão de apuração, formada pelos acadêmicos Antonieta Cunha, J. D. Vital e Luis Giffoni, a escritora disputou a cadeira de Nº 40 com outros cinco candidatos e foi eleita com 30 votos, entre 34 votantes.

A cadeira de nº 40 foi fundada por Pinto de Moura e tem como patrono Visconde de Caeté. Já foi ocupada por Affonso Penna Júnior e, depois, pela professora doutora, ensaísta, romancista, poeta e crítica literária Maria José de Queiroz, falecida em novembro do ano passado.

 “A chegada de Conceição Evaristo à Academia Mineira de Letras, a par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior, tem também o sentido de impregnar esta casa com suas qualidades e história de vida, essa prática da literatura por ela denominada escrevivência. Uma vivência, aliás, profundamente marcada por Minas e por Belo Horizonte”, dá as boas-vindas o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão.

Ainda sobre Conceição, a acadêmica Maria Esther Maciel, acrescenta: “Uma das escritoras mais notáveis da literatura brasileira contemporânea e poderosa representante das mulheres negras em nosso país, Conceição Evaristo vem trazer para a Academia Mineira de Letras a força da negritude, da diversidade e dos saberes afro-brasileiros. Sua eleição é um grande acontecimento literário e político-cultural para Minas e o Brasil”.

Sobre a nova acadêmica 

Conceição Evaristo teve a primeira publicação lançada em 1990 na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje, coletivo de escritores afro-brasileiros de São Paulo. As obras mais recentes são Canção para Ninar Menino Grande (Pallas) e Macabéa: flor de Mulungu (Oficina Raquel).

A produção de Conceição Evaristo é constituída de poemas, contos, romances e ensaios, em grande parte está traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.

Em 2015, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria contos e crônicas pelo livro Olhos D’água. Em 2017 recebeu o Prêmio Cláudia na categoria Cultura; já em 2018, o Prêmio Revista Bravo na categoria Destaque, o Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Nicolás Guillén de Literatura pela Caribbean Philosophical Association e o Prêmio Mestre das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo.

Em 2019, foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano e laureada com o prêmio Elo no Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa.

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