A prefeitura de Pirapora, no Norte de Minas, é alvo de uma operação realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais, nesta terça-feira (14). Batizada de "Waterloo" por fazer uma referência à batalha que marcou o declínio do império napoleônico, a ação vai investigar fraudes na execução de contratos para prestação de serviço de coleta de lixo e fornecimento de combustíveis para a prefeitura da cidade. Além de crime de lavagem de dinheiro envolvendo o prefeito.
Os valores das despesas com os contratos ultrapassam R$ 8 milhões. Nesta terça-feira estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas prefeituras, em residências e empresas.
Investigações feitas pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCEMG), a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), apontaram indícios de que houve direcionamento das licitações para a contratação da empresa que executa o serviço de coleta de lixo em Pirapora e que, na execução do contrato, que é pago por horas trabalhadas, não há efetivo controle pela prefeitura.
Isso levaria, por exemplo, à prestação de número impossível de horas de trabalho pelos trabalhadores da empresa, bem como ao registro de condução mais de um veículo ao mesmo tempo por motoristas da empresa.
Quanto ao contrato de fornecimento de combustíveis, o relatório de inspeção do Tribunal de Contas demonstrou a falta de controle do consumo de combustíveis, o abastecimento de veículos particulares às custas da Prefeitura e o suposto consumo de combustíveis em volume muito superior à capacidade dos veículos.
As apurações sobre o crime de lavagem de dinheiro referem-se ao fato de que diversos bens de propriedade do investigado estão registrados por terceiros e seriam produtos de crimes.
Estão empenhados na Operação Waterloo um procurador de Justiça, quatro promotores de Justiça, 16 servidores do MPMG, 24 policiais militares e 12 auditores-fiscais da SEF.