Pelo segundo mês consecutivo, consumidores da Copasa ficaram longe de atender a meta de 30% de redução no consumo de água, como estipulado pela própria empresa. Em março, a economia em todo o estado foi de 13,3%, em relação ao mesmo período do ano passado e, em fevereiro, de 7,4%.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a demanda por água é maior, a economia foi de 16% em março e, em fevereiro, de 9,4%.
Ao assumir a presidência da Copasa no início do ano, Sinara Meireles avisou que Minas Gerais poderia ficar sem água, em quatro meses (a partir de maio), se a população não freasse o consumo ou não chovesse consideravelmente.
Não aconteceu nem uma coisa nem outra. No entanto, a Copasa apresenta um cenário diferente, menos catastrófico. Em nota divulgada nesta segunda-feira (27), informou que novos estudos mostram ser possível chegar ao próximo período chuvoso, em outubro, sem desabastecimento, desde que haja colaboração dos moradores da Grande BH. O apelo continua sendo a redução do consumo em 30% até lá.
A companhia alerta que a situação ainda é bastante crítica. O Sistema Paraopeba, responsável por abastecer a região metropolitana, opera hoje com 39,2% da capacidade. Há dois anos, o índice era 92%.
Chuvas
A crise hídrica em Minas é agravada pela falta de chuva. Embora em março o índice pluviométrico nos reservatórios tenha superado a média histórica do mês, as precipitações de abril estão muito aquém do esperado.
No rio das Velhas, por exemplo, choveu 60 mm até esta segunda-feira. Em anos anteriores, a precipitação acumulada foi de 228 mm, nesta mesma época do ano.
Em uma tentativa de forçar a redução do consumo de água, a Copasa já se prepara para cobrar sobretaxa dos usuários.
Em março, a empresa solicitou à Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) que começasse estudos para definir o novo valor da tarifa. Na última semana, Antônio Caram, diretor-geral do órgão, confirmou que a Copasa será autorizada a cobrar um novo preço pela água.
Segundo ele, a partir da próxima semana, será aberta uma consulta pública em Belo Horizonte e em 15 cidades da região metropolitana para que a população tenha a chance de opinar sobre a forma como a sobretaxa será cobrada.
Mil litros por segundo era, ontem, a vazão do rio das velhas, principal fonte de água de bh; há um mês, estava em 44,1 mil litros