Cores de ônibus geram transtorno em Belo Horizonte

Gabriela Sales - Hoje em Dia
Publicado em 05/09/2014 às 07:27.Atualizado em 18/11/2021 às 04:05.
 (Samuel Costa)
(Samuel Costa)

A falta de regularidade nas cores dos ônibus que circulam em Belo Horizonte tem causado transtorno aos passageiros. Muitas pessoas, além de embarcar no veículo errado, perdem compromissos e acabam no prejuízo. A

BHTrans afirma que a troca é ilegal, mas admite que a prática é utilizada como reforço às linhas regulares. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) alega que as mudanças são esporádicas.

Assim como as placas informativas, as cores dos veículos são utilizadas para diferenciar as linhas, regiões, bairros atendidos e trajetos percorridos pelo veículo.

No entanto, quem depende do transporte público sofre com o desrespeito. “Quase nunca os ônibus vêm na cor certa. Isso me confunde bastante porque nem sempre consigo identificar os números devido ao meu problema de visão”, disse o aposentado Apolinário Ferreira da Silva, de 71 anos.

Desde o ano passado, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) não registra nenhuma reclamação sobre a troca de veículos com cores diferentes. No entanto, o que não falta são usuários insatisfeitos.

A enfermeira Ana Maria Ferreira, de 55 anos, cansou-se de contabilizar as vezes em que perdeu compromissos devido aos veículos com cores diferentes. “Estava esperando um ônibus azul com destino ao bairro Barro Preto, mas veio um laranja e não percebi que era o que eu esperava. Perdi o horário de atendimento no banco”, contou.

Para a aposentada Delsa Francisco da Paixão, de 76 anos, as cores ajudam a memorizar as linhas. “Assim eu consigo me orientar para qual região da cidade eu preciso ir”, enfatizou.

A enfermeira Danielle Simões Santana, de 40 anos, conta que todos os dias os veículos que seguem para o bairro Nova Suissa, região Oeste de BH, estão com cores diferentes. “Se não ficar atenta, acabo perdendo. Uma vez, passei mais de uma hora esperando o ônibus, que passou no horário certo, mas não percebi por causa da cor”.

Nas linhas que trafegam como circulares, as reclamações são ainda maiores. A universitária Luiza Assis de Castro, de 28 anos, já chegou a confundir o veículo regular com um circular. “Na hora do atraso, atenho-me à cor. Quando entrei no ônibus, percebi que não era o circular”, conta.

A BHTrans informou que não autoriza os consórcios a utilizar ônibus de cores diferentes, servindo a uma mesma linha. Porém, reconhece que a prática é usada como reforço no atendimento à maior demanda. Ainda segundo a empresa, a mudança dos veículos com cores diferentes não é considerada infração, razão pela qual as empresas não são passíveis de multa.

Em nota, o Setra-BH informou que o contrato entre as empresas e a BHTrans autoriza a realização dessa prática. Ainda de acordo com o sindicato, isso acontece para que o quadro de horários dos ônibus para os usuários não seja prejudicado, quando há necessidade de troca. Segundo o Setra, quando a prática é necessária, troca-se apenas a identificação do veículo (número e destino).

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