A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde capacitam, até sexta-feira (13), técnicos de laboratórios de oito estados para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus (Covid-19).
Após o treinamento, 12 laboratórios públicos de 12 estados estarão aptos para realizar o teste capaz de detectar o vírus. A meta, de acordo com a Fiocruz, é que, até o fim da semana que vem, as 27 unidades da Federação estejam preparadas para realizar os exames.
A meta é que, até o fim da semana que vem, as 27 unidades da Federação estejam preparadas para realizar os exames
“Essa descentralização é muito importante e ocorre em um momento em que a detecção precoce de casos em cada estado favorece que estratégias de controle sejam realizadas”, disse nesta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro, a chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira.
O treinamento começa na quarta-feira, com especialistas do Paraná, de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Espírito Santo e da Bahia. Na sexta-feira, será a vez dos profissionais de Sergipe e Alagoas. Turmas do Pará, de Goiás, São Paulo e do Rio Grande do Sul já foram capacitadas.
A capacitação está sendo feita no Rio de Janeiro. São abordadas as seguintes questões: vigilância laboratorial, protocolo para o diagnóstico do novo coronavírus, recomendações sobre biossegurança, transporte de amostras, situação de cada estado e as perspectivas em relação à vigilância. Além disso, os especialistas discutirão montagem de protocolos, revisão e análise dos resultados.
“Temos que ter os laboratórios dos estados absolutamente capacitados para a realização dos exames e para a segurança dos diagnósticos que estão sendo realizados”, afirmou o chefe de gabinete da presidência da Fiocruz, Valcler Rangel.
Produção de testes
Além da capacitação, a Fiocruz atua também na produção de kits com insumos para os testes. Ao todo, a fundação já tem preparados 20 mil kits para testes diagnósticos do novo coronavírus.
“É uma grande vantagem a gente ter essa competência de desenvolver e produzir kits de diagnóstico da Fiocruz para atender prioritariamente ao Brasil porque, à medida que chegamos a um produto útil e que está bastante adequado para essas ações iniciais, em paralelo, estamos trabalhando e tentando alguns aperfeiçoamentos para poder emprestar para os laboratórios uma capacidade operacional mais rápida”, disse o gerente de Programa de Diagnóstico do Bio-Manguinhos/Fiocruz, Antonio Ferreira.
Segundo a Fiocruz, o Brasil está se espelhando no que está acontecendo em outros países para se preparar para uma eventual epidemia. É importante, de acordo com Marilda Siqueira, que o Brasil esteja preparado para diferenciar, nos laboratórios, o novo coronavírus de outros vírus que causam sintomas semelhantes.
“Estamos entrando na circulação do vírus Influenza e outros vírus respiratórios que ocorrem todos os anos. Essa circulação ocorre de maneira maior nos estados do Sul e Sudeste do Brasil. Portanto, o diagnóstico vem em momento importante uma vez que, clinicamente, vários desses vírus respiratórios causam nos pacientes sintomas parecidos”, explicou.
Treinamentos
Este é o terceiro treinamento realizado pela Fiocruz. O primeiro foi feito com especialistas dos institutos Adolfo Lutz, de São Paulo, e Evandro Chagas, do Pará, além de técnicos dos laboratórios centrais de Saúde Pública de Goiás e Rio Grande do Sul.
A segunda capacitação abrangeu profissionais de nove países da América Latina – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados na tarde de ontem (10), o Brasil tem 34 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, sendo seis por transmissão local, cinco deles em São Paulo e um na Bahia, além de 28 casos importados. Atualmente, são monitorados 893 casos suspeitos e 780 já foram descartados.
Os sintomas principais do novo coronavírus são febre, coriza, tosse e falta de ar. Para prevenir o contágio, o Ministério da Saúde pede que a população lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel; que cubra o nariz e a boca ao respirar ou tossir; que evite aglomerações se estiver doente; que mantenha os ambientes bem ventilados; e que não compartilhe objetos pessoais.