Corpo de mineiro morto no furacão Sandy não tem data para chegar no Brasil

Ana Lúcia Gonçalves - Do Hoje em Dia
08/11/2012 às 19:47.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:02
 (Reprodução Facebook)

(Reprodução Facebook)

AÇUCENA - Não há data prevista para o traslado do corpo do mineiro Tiago Ferreira Neto, de 54 anos, até agora a única vítima brasileira da passagem do furacão Sandy pela Costa Leste dos Estados Unidos, para o Brasil. Mas os familiares dele em Açucena, cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, no Vale do Rio Doce, a 285 quilômetros de Belo Horizonte, se prepararam para viajar até o Rio de Janeiro, onde o açucenense será velado e enterrado. “Não vejo meu irmão há uns 20 anos. Reencontrá-lo nestas condições não será fácil, mas preciso me despedir”, disse o autônomo Herly Ferreira Neto, de 65 anos, inconformado com o fim trágico do caçula de 13 irmãos. “Era o menor de todos, com um 1,58 metro de altura numa família onde todos tem mais de 1,70 metro. Quando criança tomava remédio para crescer, mas não adiantou muito não. A gente brincava com ele por causa disso”, recorda rindo o irmão, mas sem esconder a emoção.    Segundo a filha de Herly, a vendedora Elisa dos Santos, de 39 anos, o tio saiu de Açucena aos 14 anos e no Rio de Janeiro, onde casou e teve três filhos, trabalhava numa loja de auto-peças. Emigrou em 2000 e nos Estados Unidos era entregador de pizzas. Ele morreu dia 29 do mês passado, quando voltava para casa no subúrbio de Nova York, depois de ser arremessado contra uma árvore, durante o furacão Sandy. Um filho dele que mora nos Estados Unidos foi quem avisou a família no Brasil.   “Estamos apreensivos pela chegada do corpo, mas não temos dinheiro para a viagem até o Rio de Janeiro. Precisamos de ajuda financeira para essa viagem”, revelou a vendedora, relacionando dez pessoas como parentes. “Essa demora no traslado também incomoda. Já se foram 11 dias e nenhuma previsão. Como um país de primeiro mundo pode demorar tanto para resolver um problema desses?”, desabafa Elisa.   “Era um homem bom, atencioso, um cunhado maravilhoso. Merece um enterro digno”, interveio a cunhada de Neto, a dona de casa Maria José Ferreira, de 65 anos. 

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