Cresce número de jovens viciados, mas clínicas especializadas recusam tratamento

Alessandra Mendes* - Hoje em Dia
30/10/2013 às 06:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:45
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Apesar dos esforços para reduzir o uso de drogas em Minas, entraves dificultam a solução do problema. A falta de um mapeamento do cenário atual, com o número de dependentes químicos, e o desinteresse de unidades para acolher menores viciados são alguns obstáculos. Hoje, há cerca de 60 vagas para internação de crianças e adolescentes no Estado. Entretanto, apenas uma instituição que atua na área tem 26 menores na lista de espera.    “São casos delicados, que precisam de ajuda especializada. Enquanto as vagas não aparecem, crianças e adolescentes ficam à mercê do vício”, afirma o presidente da ONG Defesa Social, Robert William.  Há oito anos encaminhando dependentes químicos para tratamento, a organização esbarra na falta de locais para receber esses pacientes, parte de um grupo que não para de aumentar.    O governo reconhece o déficit de vagas para menores e atribui o problema a vários fatores, mas principalmente a uma decisão das próprias unidades.    Mais difícil   “O acompanhamento de um menor é complexo. Além da questão profissional e de estrutura, há uma série de questões previstas em lei. Por isso, as instituições escolhem atender adultos”, alega o subsecretário de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides.   Na tentativa de diminuir a disparidade entre a oferta e a demanda de vagas para esse público, o governo busca estimular a criação de novos leitos de internação.    “Estamos incentivando a parceria com organizações do terceiro setor e empresas que apoiem o trabalho”, afirma Benevides.   Para 2014   Novas vagas serão abertas no primeiro semestre do ano que vem, a partir da construção de 20 casas de apoio no interior do Estado. Resultado de uma parceria do governo, que repassou ontem para o projeto R$ 4,5 milhões, com a Obra Social Nossa Senhora da Glória Fazenda Esperança. Ao todo, 320 novos pacientes poderão se tratar do vício em álcool e drogas, dentre eles menores de 18 anos.   Uma das casas de apoio será em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. O município tem usuários de droga à espera de tratamento e demanda para preencher, sozinho, todas as vagas ofertadas. Embora não tenha dados oficiais, a secretária de Assistência Social da cidade, Eliana Amaral, garante que a maior procura é de jovens.   “O índice de crianças e adolescentes envolvidos com drogas é muito alto em Teófilo Otoni. Precisamos de mais programas e espaços de recuperação, e a nova unidade vai nos ajudar muito”, enfatiza.    20 mil pacientes livres do vício   A Obra Social Nossa Senhora da Glória Fazenda Esperança conta com 63 unidades em 25 estados brasileiros e mais 29 unidades em outros 14 países.    Em Minas, existem seis unidades, com capacidade para 110 pessoas, instaladas em Coromandel, Guarará, Itabira, Pouso Alegre, São Gonçalo do Abaeté e Teófilo Otoni. Em 30 anos de existência, cerca de 20 mil pacientes já foram recuperados.   (*) Com Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia 

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