Criança tem dia de consumo consciente

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
06/10/2012 às 22:25.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:52

(Toninho Almada)

O Dia das Crianças é só na sexta-feira, mas dezenas de meninos e meninos já ganharam seus presentes. Desta vez, nenhum pai ou mãe se preocupou em escolher entre carrinho, boneca ou livro. A opção foi das crianças e, melhor, sem nenhum gasto para os pais.

Todas trocaram seus brinquedos, pondo em prática o consumo consciente, mesmo ainda sem saber seu real significado. Sacolas cheias, brincadeira e sorrisos, provaram que a experiência proposta pela 1ª Feira de Troca de Brinquedos em Belo Horizonte deu certo.

O evento deste sábado (6), no Museu de Brinquedos, no bairro Funcionários, região Sul da capital, reuniu dezenas de pais e crianças. A ideia, proposta pelo Instituto Alana de São Paulo e organizada em BH pelo grupo Consciência e Consumo do Centro Ecologia Integral, é promover um Dias das Crianças diferente. “Cada um traz o seu brinquedo e troca com outra criança à medida que se interessa. Assim, cria-se a interação e negociação entre os dois lados”, explica Desirée Ruas, responsável pela feira.

Para que o objetivo fosse alcançado, foi preciso exercer o desapego. E, em muitos casos, ficou claro que os pais são mais ligados aos brinquedos do que os filhos. “Fiquei pesarosa na hora da troca, que foi mais difícil pra mim. Mas foi bom para perceber que tenho que treinar isso para dar um bom exemplo para minha filha” confessou a terapeuta educacional Letícia Lages do Vale, 32 anos.

Exercício que Daniel Dueli, 9 anos, aprendeu. Sob a supervisão da mãe, ele trocou brinquedos e buscava a última “negociação”. “Ele nunca participou de uma atividade assim, mas, com certeza, se saiu muito bem. Estamos com a sacola cheia, mas o que vale mesmo é o aprendizado”, alegou a professora de natação, Leilane Dueli, 30 anos, acompanhada de dois filhos e um sobrinho.

Em três horas, adultos e crianças compreenderam que brincadeira independe do consumo e que o valor de um pertence não tem relação com seu custo comercial. “A publicidade infantil é abusiva e faz uso da inocência da criança. Ela quer a novidade, que pode vir da troca e não da compra”, afirmou Desirée. E, pela reação dos pequenos, o Dia das Crianças antecipado foi muito bem-vindo.

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