Insegurança

Crianças ficam sem aula por causa de briga de gangues e toque de recolher no bairro Primeiro de Maio

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.combr
01/09/2022 às 22:45.
Atualizado em 02/09/2022 às 10:13

(Redes Socais / Reprodução)

A briga de gangues  e o  risco de toque de recolher no bairro Primeiro de Maio, na região Norte da Capital, fez com que várias  escolas suspendessem  as aulas nesta sexta-feira (2). 
A comunidade tem pelo menos cinco creches e escolas infantis

Na Escola Municipal Josefina Souza Lima, a direção enviou uma mensagem para os pais e professores por whatsapp informando que “A secretaria de Segurança, por medida de precaução, orientou a suspensão das aulas sexta-feira (02), em todos os turnos”. A justificativa no texto é que  “infelizmente nossa comunidade escolar passa por um momento crítico de medo e insegurança”. 

No início da tarde a escola enviou uma mensagem pedindo aos pais que enviassem um adulto para buscar os filhos no horário de saída. “Os pais que já quiseram vir buscar as crianças  estamos liberando”, diz o comunicado. Veja o comunicado abaixo. 

(Redes Socais / Reprodução)

 O Hoje em Dia conversou com a mãe de um aluno de 7 anos que concorda com a decisão da escola, mas se disse preocupada por não ter com quem deixar os filhos para ir trabalhar.

Outra escola que suspendeu as aulas por falta de segurança,  é a  Creche Agostinha Cândido de Souza. Uma das coordenadoras que pediu para não ser identificada informou que foi postada uma mensagem no grupo dos pais informando a suspensão das aulas na sexta.

 “Não há clima de  segurança para pedir aos pais que tragam os filhos para escola. O local onde a creche está localizada está vulnerável”, avalia a coordenadora.

Entenda o caso

O clima está tenso no Primeiro de Maio, na região Norte de Belo Horizonte, desde o início da manhã desta quinta-feira (1º), depois que circularam pelas redes sociais uma ordem de toque de recolher.
A suspeita é de um briga entre gangues após a morte de um homem na última terça-feira (30). Segundo a Polícia Militar, ele estaria ligado ao tráfico de drogas.

Moradores postaram vídeos nas redes sociais em que tiros são ouvidos. Veja vídeo. 

Vídeos feitos por moradores mostram tiros sendo disparados na comunidade. Em um deles, dá para ouvir a pessoa dizendo "no bairro de vocês é assim?". Ela segue gravando e, em seguida, dá para ouvir alguns tiros e várias viaturas da PM passam por uma rua em comboio. Veja o vídeo: 
A Polícia nega que tenha trocado tiros com suspeitos. No início da noite, militares informaram que dois homens foram presos e duas armas  foram apreendidas.

Apesar das ameaças do toque de recolher, o comércio e as escolas funcionaram normalmente no bairro. Segundo o tenente Wilson Santos, do Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar), que está no local comandando a operação, ao menos cinco viaturas da PM estão circulando pelas ruas do Primeiro de Maio para tentar aumentar a sensação de segurança entre moradores e comerciantes.

Estão circulando muitos boatos entre os moradores. Chegaram a dizer que houve um homicídio nesta quinta, o que não é verdade", afirmou o tenente.

A Polícia pede que quem tiver informações sobre os envolvidos ligue de forma anônima para o 181 ou para o 190.

Clima tenso desde terça 
O clima está tenso no Primeiro de Maio desde a última terça quando um morador foi morto a tiros por traficantes, segundo a PM. A vítima também teria ligação com o tráfico de drogas. Duas horas após o crime, militares da Rotam prenderam três suspeitos.

(PMMG / Divulgação)

 De acordo com o tenente Wilson Santos, logo após o homicídio, a Polícia manteve presença permanente no bairro.

"A presença ostensiva da PM aumentou a confiança dos comerciantes para abrirem as lojas e dos pais, para levarem os filhos à escola", reforçou o militar do Gepar.

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