Criatividade e empenho: pais e professores devem se unir para evitar abandono dos estudos

Renata Galdino
@renatagaldinoa
05/10/2020 às 00:19.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:43

(Pixabay / Divulgação)

Criatividade por parte dos professores, empenho por parte dos pais. Evitar o abandono dos estudos, risco que se tornou ainda maior durante a pandemia de Covid-19, exige esforços de todos os lados. Docentes, famílias e poder público devem redobrar a atenção com os alunos, alertam especialistas.

Psiquiatra infantojuvenil, Jaqueline Bifano destaca que a evasão é ameaça principalmente para os pré-adolescentes. “Esses já estão com outros interesses e os pais não têm tanto controle sobre eles”, frisa. 

Mas manter a firmeza junto aos filhos é essencial, complementa Angela Mathylde, conselheira nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP). É recomendável que os pais motivem os menores. “Todas as crianças devem estudar, é obrigação por lei. Porém, existem muitas famílias que pensam assim: ‘como é obrigação, eu não motivo meu filho estudar’. No entanto, não deve ser dessa forma. Os pais devem acompanhar os filhos e incentivá-los”, orienta.

A psicopedagoga, que é presidente do Congresso Internacional Brain Connection, voltado para a área educacional, afirma que, mesmo que o aluno não esteja tendo aula em qualquer formato, as famílias precisam se esforçar para que o interesse na escola seja mantido. 

Para isso, vale buscar recursos na internet e até mesmo estudar com as crianças e adolescentes. “Os pais não podem jogar a responsabilidade toda para a escola e os professores, que também devem pensar alternativas”, completa Angela Mathylde.

Professores

Em relação aos docentes, a psiquiatra Jaqueline Bifano destaca que eles devem planejar como atrair o interesse dos estudantes. “No consultório, muitos pais reclamam do excesso de atividades escolares. Vejo que a escola está tentando compensar a falta da aula presencial passando muitos exercícios, mas isso deixa a criança cansativa. O ideal é que o professor mantenha o vínculo com os estudantes da melhor maneira possível”, observa a psiquiatra Jaqueline Bifano.

A criatividade é essencial. “É preciso deixar as aulas mais agradáveis, interessantes para o aluno. Algumas escolas estão fazendo aulas interativas, ensinando culinária, por exemplo. Teve professor ensinando matemática por meio de uma receita de cookie”, diz a médica. 

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