Crise faz Prefeitura de Ibirité demitir 170 professores

Hoje em Dia
15/10/2015 às 11:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:04

A Prefeitura de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, creditou ao "agravamento da crise financeira que assola o país" como motivo para dispensar do quadro de funcionários 170 professores da rede municipal.

Conforme o Executivo, as demissões não irão afetar os estudantes da cidade, contudo, a medida gera temor entre os pais dos alunos. A Secretaria Municipal de Educação explicou que, para não prejudicar os estudantes, teve que mudar a carga horária dos 880 docentes contratados.

Eles terão que ministrar 20 aulas de 50 minutos, cada, por semana. Antes, a jornada era de 18 aulas de 50 minutos. A Secretaria garantiu que manteve um dia para o planejamento das aulas. "Não houve redução de benefícios, e os salários de todos servidores estão em dia", frisou a prefeitura por meio de nota.

Com as demissões, a "média é de 19,3 alunos por professor, valor menor que a média nacional de 25 alunos por professor", destacou o Executivo.

Prejuízo

"As demissões prejudicam, sim, os alunos. Por isso estamos em greve", rebateu o diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute) de Ibirité, Edson Luiz de Oliveira.

O sindicalista disse que os cortes chegaram a 500, incluindo servidores da administração. Além disso, Oliveira garantiu que a prefeitura aumentou a jornada de trabalho, mas não reajustou os salários dos professores contratados.

A Prefeitura confirmou que não houve reajuste, mas alegou que no início deste ano, quando houve a redução de 20 para 18 aulas semanais, não houve alteração nos salários. "Com o retorno o salário foi mantido. A remuneração dos professores em Ibirité é superior ao piso estipulado pelo MEC", informou.

Segundo Oliveira, os professores do município estão em greve desde 24 de setembro, antes mesmo das rescisões. A paralisação foi considerada ilegal pela Justiça, mas o Sind-Ute recorre da decisão. A categoria irá realizar assembleia na próxima segunda-feira (19), às 8h, em frente a prefeitura, para discutir os rumos do protesto.

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