O advogado Lúcio Adolfo, que defende o goleiro Bruno no processo referente a morte de Eliza Samudio, não descartou a possibilidade do atleta confessar que teve alguma participação no crime.
"Sobre confissão é critério dele. Tudo que for benefício para meu cliente será pensado", disse ele no fim do primeiro dia de julgamento. No entanto, o advogado informou que "hoje, agora, não existe essa hipótese".
O defensor do atleta garantiu, ainda, que não pretende fazer acordo com a acusação para que seu cliente admita que participou do crime. "Sou crítico em relação a qualquer acordo. Negociata é 'trairagem', como o "Macarrão" (Luiz Henrique Romão)] fez. Por que vou entrar nisso?", disse.
"Se tiver compreensão, vai tratar comigo. Por que descartaria algo se for o que o Bruno quer?", conclui Lúcio Adolfo. O advogado avaliou como positivo o primeiro dia de julgamento.
Entenda o caso
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.
O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.
Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.