A Defensoria Pública de Minas Gerais vai entrar com uma ação coletiva para pedir indenização, por danos morais e materiais, aos moradores de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Paracatu de Cima, distritos afetados pela tragédia ocorrida em Mariana, na região Central do estado. A ação civil pública deve ser ajuizada até o fim deste mês.
Segundo a defensora pública Raquel Passos, da Defensoria de Direitos Humanos de Belo Horizonte, o órgão está realizando um levantamento, desde semana passada, dos bens materiais das vítimas que foram perdidos em função da tragédia. "Estamos estudando também ainda a viabilidade de despersonalizar a personalidade jurídica da Samarco para atingir a Vale e a BHP, e garantir, dessa forma, a reposição patrimonial e moral dessas pessoas", explicou.
A informação foi dada na tarde desta quarta-feira (18), após reunião extraordinária da Mesa Estadual de Diálogo e Negociação com Ocupações Rurais e Urbanas e Outros Conflitos Socioambientais e Fundiários. Participaram do encontro integrantes de movimentos sociais, do Governo do Estado, Ministério Público, Defensoria Pública e deputados mineiros, além de um representante da Samarco Mineradora.
Visita
A Comissão Extraordinária de Barragens da Assembleia Legislativa irá visitar as barragens Santarém e Germano na quinta-feira (18). Os parlamentares vão sair de Belo Horizonte às 10h.
Tragédia
O rompimento da barragem Fundão, no dia 5 deste mês, devastou o distrito de Bento Rodrigues e destruiu vários outros, além de cidades mineiras e do Espírito Santo. A enxurrada de lama atingiu o rio Doce, provocando a mortandade de dezenas de espécies de peixes e deixando milhares de moradores sem água tratada. Até agora, 11 pessoas foram encontradas mortas. Outras 12 continuam desaparecidas e mais de 600 ficaram desabrigadas.