Julgamento

Defesa de André de Pinho coloca em 'xeque' laudo do IML sobre morte de Lorenza: 'Inconclusivo'

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
29/03/2023 às 16:57.
Atualizado em 29/03/2023 às 17:06

O advogado Pedro Henrique Pinto Saraiva, responsável pela defesa do promotor André de Pinho, de 53 anos, criticou a investigação que apura a morte de Lorenza de Pinho, em abril de 2021. Durante o julgamento que acontece no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na região Centro-Sul de BH, nesta quarta-feira (29), a defesa ainda colocou em "xeque" o laudo de óbito emitido pelo Instituto Médico Legal (IML).

Saraiva iniciou sua argumentação chamando de "absurdas" as acusações contra o promotor e de "tendenciosa" a investigação do caso. "O que aconteceu com André foi um absurdo. Ele foi vítima de uma investigação tendenciosa. Puseram um alvo nas costas dele para dar repercussão na mídia. Quem buscou a imprensa o tempo todo para falar mentiras foi a acusação", afirmou o advogado.

Em seguida, a defesa passou 90 minutos mostrando supostas evidências de erros no laudo de óbito, emitido pelo IML horas após a morte de Lorenza – apontando “asfixia por associação de intoxicação exógena e ação contundente cervical”.

Para Saraiva, apesar da alegação do Ministério Público (MP) de que o atesta é conclusivo, uma combinação de fatores e do relato de testemunhas mostram que o laudo na verdade é "inconclusivo" quanto à esganadura.

"A investigação não é séria, o laudo não é sério e os próprios peritos deixam para nós de forma clara e inequívoca que eles não têm ideia do que aconteceu e não se preocuparam em apurar o que aconteceu. O laudo desde o início foi inconclusivo. A própria discussão contida nele nos mostra desde o início que eles não estão afirmando que a morte foi por asfixia externa".

Pedro Henrique Saraiva sustentou ainda que Lorenza lutava contra a dependência química de morfina e realizava um processo de "desmame". No entanto, ela estaria abusando de substâncias químicas associadas à bebida alcoólica. "Ela não ia ao Mater Dei receber a morfina na veia, mas bebia e usava outros remédios. Nós acreditamos que esse abuso de drogas e álcool a levou à morte".

A defesa refutou ainda a argumentação do MP de que o corpo apresentava rigidez cadavérica durante o atendimento. Em sua sustentação, o advogado apresentou vídeos de depoimentos do médico e da técnica de enfermagem que atenderam Lorenza afirmando que não notaram sinal de rigidez, o que anularia a possibilidade de a vítima estar morta há mais tempo.

Saraiva finalizou pedindo pela não condenação de André de Pinho, porque isso seria uma forma de Justiça para os filhos do casal. "Todo mundo que convivia com ele e os filhos falam que ele era inocente. Os peritos do IML não nos responderam e deram laudo inconclusivo. Eu quero Justiça pelos filhos. Me preocupo se ele for condenado. Quem vai cuidar dessas crianças".

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