A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola" deve ingressar nesta quarta-feira (27) com um novo pedido de habeas corpus para o cliente, além de um recurso de suspeição da juíza Marixa Fabiane Lopes, responsável pelo julgamento sobre a morte da ex-modelo Eliza Samúdio. As informações são do advogado Fernando Oliveira Magalhães que disse ainda que a magistrada "não tem competência" para presidir o julgamento dos réus.
Segundo o defensor, a juíza Marixa Fabiane cometeu um erro grave ao determinar a emissão do atestado de óbito da modelo e apontar como local da morte de Eliza a rua Araruama, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), endereço onde "Bola" vivia antes de ser preso. "Ela trouxe teoricamente um prova que não é dada a ela produzir e que dá a entender aos jurados que o crime aconteceu na casa ade Marcos Aparecido dos Santos", critica.
Além disso, o recurso vai pleitear na Justiça o indeferimento de uma determinação da juíza Marixa Fabiane que não permite que os advogados façam perguntas às testemunhas do caso durante o julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues. "Isso não aconteceu no último julgamento quando podíamos perguntar a réus e testesmunhas. Desta vez, a juíza só autorizou as perguntas aos acusados", explicou.
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O advogado não detalhou as estratégias que serão utilizadas no julgamento de "Bola", marcado para 22 de abril, mas ressaltou que o atestado de óbito será abordado durante o júri como uma peça jurídica absurda. "Este documento é um grave pré-julgamento ao 'Bola'".
Em 8 de fevereiro deste ano, a defesa do réu também entrou com um recurso de exceção de suspeição contra a juíza Marixa Fabiane Lopes, pedindo o cancelamento do júri dos réus condenados e seu afastamento do caso, mas o pedido ainda não foi analizado pela Justiça. "Como a juíza ainda não se manifestou a tempo e modo decidimos entrar com um novo recurso", completou.
Entrevista de Jorge
Sobre a entrevista concedida por Jorge Luiz Rosa Sales ao programa "Fantástico", da Rede Globo, no último domingo (24), Fernando Magalhães desqualificou as falas do jovem. Segundo o advogado, mesmo afirmando que nunca ouviu falar de Marcos Aparecido dos Santos, as revelações apresentadas pelo primo do goleiro trazem mais dificuldade para a defesa de "Bola". "É muito difícil traduzir em credibilidade as falas de um rapaz que já pode ser considerado um mentiroso contumaz", disse.
Ainda de acordo com Magalhães, desde o início das investigações Jorge Luiz nunca apontou ninguém diretamente como sendo autor do crime. Além disso, o defensor garante que em seu primeiro depoimento, o primo do goleiro teria descrito o suspeito de matar Eliza Samudio como sendo um homem negro, careca, com barba e de aproximadamente 1,80m. "Desde o início as descrições não são em nada condizentes com a fisionomia de Marcos Aparecido dos Santos", disse. E completou se referindo ao delegado afastado do caso, Edson Moreira: "'Bola' foi escolhido por certa autoridade policial para responder pela morte da modelo".