Defesa e Ministério Público forçam prorrogação

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
09/03/2013 às 07:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:44
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

A condenação a 22 anos e três meses de prisão de Bruno Fernandes, anunciada na madrugada de sexta-feira (8) no fórum de Contagem, não encerra a batalha travada entre o Ministério Público e a defesa do goleiro.

A sentença foi anunciada pela juíza Marixa Rodrigues após os jurados decidirem que Bruno é culpado pelo sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samudio. Ele também foi condenado pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho que teve com a ex-modelo.

O advogado Lúcio Adolfo, que comandou a defesa do goleiro, disse que enviou ofício ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) recorrendo da decisão logo após a juíza bater o martelo. A assessoria de imprensa do TJMG, no entanto, informou na tarde de sexta-feira que o tribunal ainda não havia recebido o recurso.

“Estou pedindo a nulidade do julgamento por vários motivos, como o comportamento da acusação, o exagero da pena aplicada e a abertura de investigação paralela (sobre o envolvimento do ex-policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o investigador Gilson Costa na morte de Eliza)”, diz o defensor de Bruno.

Segundo Adolfo, a assistência de acusação argumentou em plenário que, ao não responder as perguntas do promotor Henry Vasconcelos, o goleiro estaria omitindo informações e admitindo a culpa nos crimes.

O presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Adilson Rocha, ressalta que o artigo 478 do Código de Processo Penal prevê que o silêncio do acusado no plenário não pode ser questionado pelas partes, sob pena de nulidade do julgamento. “O recurso da defesa me parece procedente”, afirma.

Promotor

Por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público, o promotor Henry Vasconcelos informou que só concederá entrevistas na semana que vem. Mas, a uma emissora de TV, ele disse que entrará com recurso na segunda-feira (11).

O promotor considerou branda a punição imposta a Bruno e não concorda com a redução de três anos pelo fato de o goleiro ter admitido no plenário do júri o envolvimento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na trama.

“O Ministério Público recorrerá, pois a gravidade do crime recomenda pena mais severa. A promotoria buscará afastar a atenuação da pena, por entender que não houve confissão. As investigações não encerraram com essa condenação”, disse o promotor.

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