Delegada que participou do inquérito de Bruno revela detalhes da investigação

Amanda Paixão - Do Hoje em Dia
20/11/2012 às 13:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:26

(Carlos Rhienck/Arquivo/Hoje em Dia)

  Há 21 anos na Polícia Civil, a ex-chefe da Delegacia Especializada de Homicídios de Contagem, Ana Maria dos Santos prestou depoimento como autoridade policial, nesta terça-feira (20), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ela e outras duas testemunhas são ouvidas neste segundo dia de julgamento.   Ana Maria contou sobre quando tomou conhecimento do desaparecimento e possível morte de Eliza Samúdio, em 24 de junho de 2010, e ainda revelou que chegou a ficar impressionada com o depoimento do primo do goleiro Bruno Fernandes, Jorge Luiz, na época dos fatos.   O depoimento do adolescente foi colhido no Centro de Internação Provisória São Benedito (Ceip). Na ocasião, Jorge teria ficado bastante nervoso ao relembrar da morte de Eliza. "Ele pediu para segurar minha mão e um copo d'água. Ele ficou bastante perturbado ao contar detalhes", disse Ana Maria.   A delegada afirmou que recebeu no dia 24 de junho de 2010 um comunicado da delegada Alessandra Wilker de que alguém teria sido espancado e morto no bairro Nova Contagem, em Contagem. Diante disso, várias diligências foram feitas no local.    A denúncia de que alguém teria sido espancado até a morte chegou à delegacia por meio de uma ligação anônima. Segundo ela, o informante indicava ainda o nome da vítima e a informação foi reforçada por um disque-denúncia 181, que detalhava o crime.   De acordo com Ana Maria em seu depoimento, com o possível assassinato de Eliza, a polícia se preocupou em evitar a morte do filho que a vítima teve com o goleiro Bruno. Durante as investigações, as delegadas chegaram ao sítio de Bruno, onde encontraram o caseiro José Roberto.   O funcionário teria falado que poucos instantes antes da chegada da polícia todos estavam na casa, mas que não sabia os motivos de todos terem deixado o local. Nesse instante, teria chegado outro funcionário, Elenílson Vítor, contradizendo as informações de José Roberto. Ele teria revelado que havia uma criança no sítio e que ela seria filho do goleiro Bruno.   Durante seu depoimento, a delegada continuou relatando os rumos das investigações e as versões dos envolvidos no caso. Ela garantiu que quando Jorge Luiz prestou depoimento, e relatou que Eliza teria sido assassinada e seus restos mortais jogados para cães, ele não foi pressionado pelos policiais.


Entenda o caso

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola" é acusado de matar a ex-amante do goleiro Bruno a pedido do atleta. Os dois, além de Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O processo de Bola foi desmembrado e ele não está sendo julgado com Bruno, Macarrão, Dayanne e Fernanda.

Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
 
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

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