O número de casos confirmados de dengue em Belo Horizonte já é 17 vezes maior neste ano, se comparado ao mesmo período de 2012. Em janeiro e fevereiro, nada menos que 1.165 pessoas foram infectadas pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Nos dois primeiros meses do ano passado foram 68 registros.

O levantamento mais recente, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), mostra que a situação é mais grave na região da Pampulha, onde 218 casos foram diagnosticados. Na sequência os casos aparecem na área das regionais Norte (169), Venda Nova (138), Oeste (128), Noroeste (116), Nordeste (113), Centro-Sul (112), Leste (89) e Barreiro (73).

Em rápido giro por ruas dos bairros da Graça e Céu Azul, na Pampulha, é possível perceber vários lotes vagos com objetos descartáveis amontoados, situação propícia à proliferação do mosquito. Na rua Francisco Negrão de Lima, próximo ao número 1.500, pilhas de entulho foram depositadas às margens do córrego do Onça.


Desrespeito

“É uma vergonha”, resumiu o autônomo Jasper José Tomaz, de 50 anos, que trabalha na região. Segundo ele, caminhões de entulho são despejados diariamente no local. “Todo mundo sabe que a dengue é mais grave na Pampulha, mas quase nada é feito. Os agentes de saúde fazem vistorias nas casas, mas lugares sujos como esses permanecessem esquecidos”, acrescentou Jasper.

Agentes de combate a endemias vão vistoriar o local, informou a regional Pampulha. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde alegou que o aumento de casos se deve à maior circulação do subtipo 4 do vírus, ao grande número de “casos importados” (pessoas residentes em BH, mas que contraíram a doença em outras cidades), questões climáticas como altas temperaturas e pancadas de chuva.

As equipes de combate foram reforçadas com a contratação de 287 novos agentes, totalizando 1.754 profissionais. Várias campanhas de conscientização também têm sido feitas.

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