Deputados formam comissão para intermediar impasse entre servidores e PBH

Thaís Mota - Hoje em Dia
20/05/2013 às 21:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:51

Após audiência pública na tarde desta segunda-feira (20), alguns deputados estaduais decidiram formar uma comissão para intermediar o impasse entre os servidores municipais, em greve há 20 dias, e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A reunião aconteceu na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e contou com a participação de representantes dos sindicatos e das categorias. Segundo o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento da audiência pública, o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), se comprometeu a agendar uma reunião com o prefeito Márcio Lacerda para debater a situação dos servidores municipais. "Nós intermediamos a questão da greve da Justiça e foi importante para tentar resolver o impasse. Então, acreditamos que podemos ajudar nesse caso também", disse.   Ainda conforme o parlamentar, a audiência na Assembleia foi muita positiva e os representantes e do Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede BH) apresentaram dados sobre salários e condições de trabalho dos servidores. "Eles passaram pra gente um contracheque da saúde e realmente o salário é muito baixo. O salário-base de um assistente de saúde é menor que salário mínimo, fica em torno de R$ 400 líquido", disse Rogério Correia.   Além disso, o deputado denunciou que faltam 50 médicos e 300 servidores para o programa de Saúde da Família em Belo Horizonte. Já sobre a questão da educação, o deputado disse que o governo municipal reduziu a verba para o setor e não está aplicando o percentual mínimo de 25% previsto pela Constituição Federal.    Já o representante do Sindibel na audiência pública, o secretário-geral do Sindibel, Israel Arimar, destacou que o movimento grevista está ganhando força e que a reunião da comissão mista junto ao prefeito Marcio Lacerda pode serbastante positiva para os servidores. "Eles vão fazer uma interlocução entre a categoria e o governo, mas isso tem que ser imediato", afirmou.   Greve por indeterminado   Em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (20), os servidores municipais de Belo Horizonte decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Parados desde o dia 30 de abril, os trabalhadores rejeitaram a nova proposta apresentada pela Secretaria Municipal de Planejamento e fizeram uma passeata em direção à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), no Centro da capital.   Segundo o secretário-geral do Sindibel, Israel Arimar, a proposta da PBH consiste em 6,2% de reajuste em novembro deste ano ou 3,1% em junho deste ano e 3,1% em dezembro, mas que teria efeito apenas em janeiro de 2014. "Ambas as propostas são inaceitáveis e representam perda para a categoria. Mas reconhecemos que esse já é um sinal de disposição da prefeitura em negociar, entretando, a proposta de mudança ainda é muito tímida", disse.    Ainda conforme Israel Arimar, a PBH tem optado apenas pelas obras, especialmente com a chegada da Copa do Mundo, e não tem investido nos servidores. "Com essas propostas a prefeitura provoca um desaquecimento no comércio da capital, já que reduz o poder de compra dos trabalhadores. Além disso, provoca insatisfação na categoria", explicou o representante do Sindibel. "A greve não interessa a ninguém, mas ao mesmo tempo é a única forma que temos pra reivindicar melhores condições de trabalho", completou.    A próxima assembleia dos servidores municipais deve acontecer na quinta-feira (23) às 9 horas, na Praça de Estação, no Centro da capital, e o secretário-geral do Sindibel espera que até lá a prefeitura já tenha apresentado uma nova proposta para os trabalhadores.   A PBH foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre a proposta apresentada aos servidores.

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