(Leonardo Morais)
GOVERNADOR VALADARES – O drama para conseguir atendimento pediátrico gratuito, retratado na última terça-feira (8) pela reportagem do Hoje em Dia em Montes Claros, no Norte de Minas, repete-se em outras importantes cidades do Estado.
Em Governador Valadares, as dificuldades têm a mesma origem: hospitais públicos não conseguem contratar um número suficiente de profissionais, que, na maioria dos casos, preferem seguir carreira na rede privada, onde a remuneração é maior.
Ao município fica o desafio de manter os médicos que ainda resistem no cargo. Em dezembro de 2011, a Câmara Municipal aprovou um projeto que prevê premiação de R$ 3.500 mensais ao profissional pediatra que cumprir metas, como o cumprimento da carga horária de 30 horas semanais e ter cinco anos de experiência em pronto-socorro infantil e 100% de frequência.
“Desde então, temos conseguindo encontrar pediatras, especialidade escassa hoje no Brasil”, afirmou a secretária-adjunta de Saúde, Cátia Barbalho Diniz Costa.
De acordo com ela, a quantidade de médicos é suficiente para atender a demanda. No setor de pediatria do pronto-socorro do Hospital Municipal (HM) de Governador Valadares, referência no atendimento a uma população de 463 mil habitantes – incluindo de municípios vizinhos –, são 16 especialistas em saúde infantil.
Porém, ainda não é raro encontrar pais reclamando enquanto aguardam por atendimento. Depois de três horas de espera, a dona de casa Alciléia Barbosa, de 33 anos, tinha poucas esperanças de retornar para casa, no distrito de Pontal, com o filho medicado.
O garoto tinha suspeita de dengue. “Cheguei antes do meio dia e não tenho nem dinheiro para fazer um lanche. Estamos com fome e falaram que o pediatra só vai atender depois das 15h30”, disse.