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A situação dos cães largados nas ruas de Belo Horizonte pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mostrada ontem pelo Hoje em Dia, já está na mira da Câmara de Vereadores e da Assembleia Legislativa.
Pelo menos dois parlamentares manifestaram interesse em levar a discussão para as Casas: o vereador Iran Barbosa (PMDB) e o deputado Fred Costa (PEN).
Barbosa pretende apresentar o projeto de lei para a criação da Secretaria Municipal de Defesa do Animal, incluindo a implantação do “santuário de animais”, um espaço onde os cães abandonados poderiam ficar até ser adotados. A ideia, segundo ele, é dar maior visibilidade e atenção pública ao fato.
“Esse também seria um ponto de referência para cuidar dos animais vítimas de maus-tratos. A minha crença é que, com isso, poderemos realizar vários objetivos de uma maneira única, como a questão das clínicas veterinárias públicas, projetos de conscientização e atos de fiscalização de maus-tratos”, disse o vereador, reconhecendo que a prefeitura age “dentro do orçamento máximo que possui”.
Audiência
Fred Costa afirma ter solicitado uma reunião com um representante da prefeitura, na qual vai incluir a discussão dos cães de rua.
“É inadmissível jogar um animal na rua. Certamente, a questão do abandono será uma das principais discussões, uma vez que isso causa uma série de problemas”, frisou Costa.
“Acho que devemos fomentar os programas de adoção e investimento no CCZ para que os cães, quando não forem adotados, permaneçam lá submetidos aos cuidados necessários, mesmo que seja para o resto da vida”, disse.
Saúde pública
O problema dos animais abandonados nas ruas vai além dos maus-tratos. A médica veterinária Adriane Pimenta da Costa Val alerta que eles podem ser transmissores de doenças, como a leishmaniose.
“Mas a maior preocupação, no meu ponto de vista, é o animal ficar errante, podendo causar acidente de trânsito, sujar a rua e até atacar as pessoas”, observou.
“Com relação à ação do CCZ (de devolver para as ruas os cães recolhidos e não adotados), creio ser o tipo da coisa malfeita, já que é criada uma norma sem se enxergar as consequências dela”, considerou Adriane.