Deslizamento de pilha de rejeitos em mina de Conceição do Pará já deixa 134 desabrigados
Cinco casas e um galpão da comunidade de Casquilho de Cima foram atingidos após o desmoronamento
O número de pessoas desalojadas em decorrência do deslizamento de uma pilha de rejeitos de minério em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, dobrou nas últimas 24 horas. Segundo dados divulgados pela mineradora Jaguar Mining, responsável pela estrutura, na noite de domingo (8), pelo menos 134 moradores da comunidade de Casquilho de Cima tiveram que deixar suas casas por risco de novos desmoronamentos.
O incidente, que ocorreu no sábado (7), causou pânico entre os moradores e mobilizou as autoridades. Parte da montanha de material sólido desabou, atingindo pelo menos cinco casas e um galpão, alguns dos quais ficaram soterrados. Apesar dos danos materiais, não houve feridos.
A mineradora Jaguar Mining emitiu uma nota oficial reforçando o pedido para que os moradores não retornem às suas casas. “A medida é necessária para garantir a segurança de todos”, destacou a empresa. Equipes da Polícia Militar, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros permanecem no local, realizando o monitoramento da área e impedindo o acesso à região afetada.
As famílias desalojadas estão sendo abrigadas em hotéis ou na casa de parentes. Ainda não há previsão para o retorno das pessoas às suas residências. A mineradora informou que está prestando toda a assistência necessária às famílias atingidas.
ANM interdita mina
A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou na noite de sábado (7) a interdição e suspensão imediata de todas as atividades da mina de Turmalina, em Conceição do Pará, após deslizamento de uma pilha de rejeitos.
Segundo auto de interdição da ANM, a decisão de paralisar a minada Jaguar Mining ocorreu após vistoria in loco realizada no sábado pela agência reguladora na Pilha Sanoco, com "não comprovação da segurança do empreendimento, constatando risco iminente".
A agência reguladora informou que foi realizada evacuação dos moradores da comunidade de Casquilho de Cima na manhã de sábado, mantendo-se no local somente pessoal da equipe de drenagem de mina, para garantir questões de segurança no local.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que não houve vítimas.
"Após vistoria, foi verificado que o ocorrido na pilha não teve interferência direta na barragem, a qual mantém seu status, com níveis de segurança dentro dos parâmetros de legislação e sem anomalias", acrescentou a agência reguladora.
Fiscalização constante
Em ofício enviado à ANM, o Ministério de Minas e Energia pediu que fossem "adotadas, de imediato, medidas de fiscalização rigorosas em relação às estruturas e para a efetiva solução da questão".
O documento da pasta também solicita que sejam aprimoradas ações normativas e práticas para que casos semelhantes sejam imediatamente avaliados quando informados à ANM.