Flagrantes de pessoas que ignoram a faixa de pedestre para disputar espaço com os carros foram feitos no hipercentro de BH (Maurício Vieira)
O número de atropelamentos disparou 20% no primeiro semestre deste ano em Belo Horizonte. Até junho, 22 pedestres morreram. Mais carros e pessoas nas ruas após a desaceleração da pandemia, abusos de quem ignora a faixa ou a passarela e distração provocada pelo uso do celular na hora de atravessar explicam o aumento.
Nos primeiros seis meses de 2022, BH teve 682 acidentes do tipo – 117 a mais na comparação com o mesmo período de 2021. Em Minas, as ocorrências cresceram 14%. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp).
O risco é maior nas vias conhecidas como “zonas quentes’’, como ruas do hipercentro e avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Afonso Pena e Amazonas. Os locais com mais registros foram informados pelos Bombeiros.
Porta-voz da corporação, a capitã Thaise Rocha reforça que o crescimento tem relação direta com o maior número de pessoas circulando pelas ruas após o fim das restrições causadas pela Covid-19. No entanto, a militar destaca a falta de respeito de parte dos motoristas e pedestres às regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Opinião semelhante tem o tenente da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), André Muniz. “A gente nota um descumprimento das normas de trânsito favorecendo com que esses acidentes aconteçam”. Como exemplo, o oficial cita o risco do uso do celular ao atravessar ou dirigir. “As pessoas deixam de ter atenção”, resume.
O pedestre que ignora a passarela e se arrisca na travessia, principalmente no Anel Rodoviário, disputando espaço com os automóveis, também é uma preocupação. Segundo o tenente, as ocorrências costumam ser registradas a poucos metros das passarelas.
“Os atropelamentos ocorrem a menos de 150 metros da passarela. A pressa de atravessar a via, muitas das vezes, resulta na perda da vida. A PMRv pede a esse pedestre e condutor que sigam as normas”.
Consequências
A preferência sempre será de quem está a pé. Mas outro alerta é dado pelos Bombeiros. Dados da corporação indicam que, caso um pedestre seja atingido por um veículo trafegando em velocidade de 80 km/h, a chance de vir a óbito aumenta em 60%.
De acordo com o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, o pedestre é o elo mais vulnerável do trânsito.
Coimbra alerta para os ferimentos que o atropelado pode ter. “Os eventos mais comuns são lesões graves. Há ainda os traumatismos cranioencefálicos e fraturas expostas. A vítima pode ser submetida a intervenções cirúrgicas emergências e hospitalização e reabilitação prolongas”, detalha.
Em alguns casos, as sequelas são permanentes. “Incluem a amputação. Há ainda lesões que comprometem definitivamente a capacidade motora, causando paraplegia ou até mesmo tetraplegia”, acrescenta.
O especialista dá dicas para a travessia segura dos pedestres:
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(Maurício Vieira)
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