O atentado ocorrido em uma escola em Santa Luzia (RMBH), no qual um aluno vítima de bullying levou uma arma para a escola e feriu dois estudantes, acende o alerta sobre uma medida de prevenção à violência esquecida pelas autoridades de Belo Horizonte. A prefeitura prometeu instalar, até o fim de 2011, detectores de metal em escolas da rede pública municipal, mas nenhuma recebeu o equipamento.
Pelo menos 70 escolas, todas com mais de 500 alunos, deveriam ter o detector de metal na portaria, conforme a Lei nº 10.204, sancionada pelo prefeito Marcio Lacerda. À época, o aparelho mais barato custava R$ 2 mil, o que resultaria em um investimento de R$ 140 mil.
Desde a efetivação da lei, foram registradas ocorrências violentas no interior de escolas municipais da capital, inclusive com a presença de alunos armados. Em 4 de dezembro passado, guardas municipais foram chamados ao colégio Eleonora Pieruccetti, no Cachoeirinha, região Nordeste, onde um aluno foi flagrado com uma arma calibre 32.
No mesmo dia, no bairro Taquaril (Leste), um aluno de 14 anos foi apreendido com uma réplica de arma de fogo na Escola Municipal Alcida Torres.
No papel
Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sindrede-BH), Wanderson Rocha, o descumprimento da lei revela a falta de compromisso do Executivo com os investimentos para garantir a segurança e a integridade física de alunos e professores. “Mais uma lei que fica no papel e mostra que o investimento na segurança nas escolas da rede municipal de ensino não é prioridade”, reforça Rocha.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte, não havia ninguém na sexta-feira (5) para falar sobre o assunto.