Quinze presos da Penitenciária Francisco Floriano de Paula, em Governador Valadares, região do Vale do Rio Doce, trabalham com pedras semipreciosas. Conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), eles lapidam gemas que chegam em estado bruto. O material é recolhido da Mina do Cruzeiro, na mesma cidade, que atualmente é a maior extração de turmalina do mundo. Além de turmalinas, os presos também lapidam pedras brutas de baixo valor comercial.
Na unidade prisional, os detentos aprendem técnicas de lapidação e criação de peças artesanais. “Eles estão aprendendo a transformar o bruto em belo. Vejo a transformação diária desses homens. Eles estão inteiramente motivados, são criativos e possuem muita habilidade manual. Sinto-me uma privilegiada. Tenho a sensação que estou aprendendo mais do que ensinando”, declarou a artista plástica Maria Lúcia Barbosa.
O trabalho faz parte do projeto ‘Lapidar-se’, em parceria entre o Governo de Minas, o Judiciário, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a empresa Nevestones.
O projeto é uma parceria entre o Governo de Minas, o Judiciário, a UFMG e a empresa Nevestones
Oportunidade
O detento Vanderley Paulino, de 42 anos, é um dos presos que participam do curso de lapidação. Preso há 5 anos e meio, ele pretende repassar o ofício para índios do tribo Krenac, da qual faz parte. “Esta é uma das mais importantes oportunidades da minha vida. Aprendendo esta profissão vou poder ensinar para outras pessoas da reserva. Quero aprender cada vez mais”, disse.