A paralisação dos médicos que atuam no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, realizada nas primeiras horas desta segunda-feira (28), foi interrompida após decisão judicial. Pouco menos de três horas após o início do ato, foi determinado que a categoria voltasse aos atendimentos normalmente.
Segundo informou o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), a decisão, solicitada à Justiça pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), prevê 100% do atendimento emergencial e de urgência no hospital, para continuidade do tratamento dos pacientes já internados ou em tratamento ambulatorial, assim como o prestado nas Unidades de Terapia Intensiva, nos Centros de Tratamento Intensivo (CTI) e maternidades.
Caso a medida seja descumprida, haverá multa de R$ 5 mil por hora. “Apesar de defendermos a legitimidade do movimento reivindicatório, o Sinmed-MG orienta o retorno das atividades regulares por parte de todos os médicos do hospital. O departamento jurídico destaca que entrará com recurso em face da decisão, mas que por ora, a determinação deve ser observada”, disse em comunicado aos médicos.
Na noite desta segunda, a partir das 19h30, a categoria irá avaliar o movimento e “buscar estratégias para melhorar a situação dos hospitais e profissionais do Estado”.
Ao Hoje em Dia, a pediatra e diretora clínica do hospital, Fernanda Ramos, reafirmou as reivindicações da categoria, o que considera essencial para a continuidade dos trabalhos.
“Neste momento, o atendimento está normal no hospital. A gente tem previsão de muitos plantões desfalcados pela frente. A gente precisa que mais médicos sejam contratados, também estamos pedindo reformas estruturais, além de valorização profissional. Para que o hospital, que é referência em pediatria em todo o Estado, continue prestando atendimento de qualidade, a gente precisa de contratações, mais respeito e valorização", disse.
Saiba quais são as outras determinações da Justiça:
Entenda
A categoria decidiu, em assembleia realizada na semana passada, que paralisaria as atividades por 24 horas, entre às 7h de segunda e às 7h de terça (29). Durante o período, apenas atendimentos de urgência e emergência seriam realizados. Com a decisão judicial, no entanto, o ato durou pouco menos de 3 horas, sendo interrompido antes das 10h.
Conforme informou o Sinmed-MG, os médicos pedem a solução dos principais problemas já apontados, “como as péssimas condições de trabalho e a perda de profissionais por baixas remunerações justamente em um período crítico, de aumento de demanda por atendimentos devido ao pico de doenças respiratórias”.
De acordo com a entidade, diante deste cenário, o atendimento aos pacientes fica prejudicado. Problemas relacionados às escalas também estão entre as reclamações. Neste caso, os médicos acreditam que a demanda seria atendida caso os aprovados em concurso fossem convocados e, paralelo a isso, houvesse renovação de contratos emergenciais e administrativos. Outro pedido está relacionado à estrutura física da unidade, que, segundo a entidade, precisa de manutenção.
Veja aqui todas as reivindicações.
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