Tem que vacinar

Dia Mundial de Combate à Meningite: Minas já registrou 74 mortes em 2024

Em todo o Estado, foram mais de 500 notificados; cobertura da vacina está acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde

Do HOJE EM DIA
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04/10/2024 às 16:38.
Atualizado em 04/10/2024 às 19:57
Vacina Meningocócica (Fábio Nunes Teixeira/ PMG)

Vacina Meningocócica (Fábio Nunes Teixeira/ PMG)

O Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado nesta sexta-feira (5), é uma boa oportunidade de se reforçar a importância da prevenção à doença, que já matou 74 pessoas em Minas este ano - dados registrados até 30 de agosto. Foram registrados 536 casos nesses oito meses.

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2023, foram notificados 26.132 casos de meningite no Brasil, dos quais 16.445 foram confirmados, representando 62,9% do total. Em 2024, o número de notificações foi menor, com 15.580 casos, dos quais 8.357 foram confirmados (53,6%). 

Na quinta-feira, o Ministério da Saúde lançou as diretrizes do “Plano Nacional para o Enfrentamento às Meningites até 2030”. O Brasil caminha para ser o primeiro país da região das Américas a estruturar um plano estratégico com tal finalidade. 

As vacinas que previnem a meningite, disponibilizadas pelo SUS, são: pneumocócica, meningo c, meningocócica ACWY e pentavalente.

A cobertura da vacina contra a meningite C ou doença meningocócica, em Minas, em 2024, atingiu a marca de 105,74%, dez pontos percentuais acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%. A dose de reforço do imunizante também ultrapassou a meta neste ano, chegando aos 102,96%.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), Eduardo Prosdocimi, a vacinação continua sendo a principal forma de prevenir a meningite. Por isso, manter o cartão de vacinas atualizado é fundamental. 

“Como voltamos a atingir a meta da cobertura vacinal para meningite C, a expectativa é de que, no médio prazo, haja uma redução do número de casos no cenário epidemiológico do estado”, destaca. 

Transmissão da meningite

A meningite ocorre a partir de infecção, causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, que causa a inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal).

No caso da meningite bacteriana, o agente infeccioso passa de uma pessoa para outra pelas vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.

As meningites virais podem ser transmitidas de diferentes formas, a depender do vírus causador da doença.

No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e o vírus pode ser adquirido por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os arbovírus são transmitidos por meio da picada de mosquitos contaminados.

A meningite fúngica, por sua vez, não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos pela inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges. Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.

Um outro fungo, chamado Cândida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Os parasitas que causam a doença não são transmitidos de uma pessoa para outra e, normalmente, infectam somente animais. As pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenham a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Diagnóstico da meningite

Frente a um possível caso de meningite, o médico solicita a coleta de amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (líquor), para diagnosticar e detectar o agente infeccioso. Essa identificação específica é importante para o profissional saber exatamente como se deve tratar a infecção.

Todos os exames laboratoriais para diagnóstico de meningite estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e são solicitados pela equipe médica ou de vigilância epidemiológica durante o acompanhamento do caso.

Tratamento da doença

Quanto às formas de tratamento da meningite, no caso da bacteriana é usada a antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Também é recomendado um tratamento suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

Já para a maioria dos casos de meningite viral, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Geralmente, as pessoas com esse quadro clínico são internadas e monitoradas quanto a sinais de gravidade, e se recuperam espontaneamente. 

Porém, alguns vírus, como herpesvírus, podem provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A conduta adequada sempre será determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Nas meningites fúngicas, o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, definida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também dependerá da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/Aids, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.

Nas meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção quanto as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado.

Nesses casos, sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, por isso, a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Dessa forma, dada a complexidade da doença, em caso de aparecimento de sintomas, a recomendação é buscar atendimento médico o mais rápido possível, para que o usuário possa fazer a testagem. Se confirmado para meningite, a equipe de saúde poderá avaliar o quadro e definir a conduta mais adequada para o atendimento do paciente. 

* Com informações da Agência Minas

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