Diamantina reformula festa para atrair quem quer menos agito durante a folia

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
Publicado em 02/02/2017 às 21:23.Atualizado em 15/11/2021 às 22:40.

Quem passar o Carnaval em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, encontrará uma festa bem diferente da que costumava ser apresentada nos anos anteriores. Com um investimento de R$ 500 mil, aproximadamente metade do que foi aportado em 2016, o município desenvolveu uma programação que não está mais focada apenas nos jovens, mas também nas crianças e nos idosos. Como os shows dos blocos Bartucada e Batcaverna não serão realizados em 2017, as apresentações musicais ficarão a cargo de artistas locais. 

A administração propôs para a Bartucada e a Batcaverna que cederia palco para uma empresa responsável pela organização e venda de abadás, repassando o lucro para as bandas. Mas não houve acordo. 

Segundo o prefeito Juscelino Brasiliano Roque, a intenção é mudar a cara do Carnaval de Diamantina, para que seja uma festa mais tranquila para os moradores da cidade. “Esperamos receber 30 mil turistas que gostam de curtir a alegria com consciência sobre o patrimônio e sobre o outro. O Carnaval andava muito promíscuo. Queremos uma festa mais divertida, humana e responsável”, afirma Roque. 

A folia na cidade histórica será dividida basicamente em cinco espaços: a Rua da Quitanda receberá shows de samba; a Praça Niemeyer terá apresentações variadas; a casa do Becudus do Motta oferecerá programação inspirada nas festas de antigamente; a Praça de Esportes será o local do “Espaço da Criança”; e a Praça Barão de Guaicuí receberá blocos tradicionais da cidade e atividades para a terceira idade.

Impactos
A mudança no perfil do Carnaval de Diamantina já está se refletindo nas reservas de hotéis da cidade. No Hotel Tijuco, a procura por quartos está cerca de 80% menor do que nos anos anteriores. O gerente da casa, Rony Odlanier, acredita que, além das mudançasna festa, há outros motivos que influenciam a baixa procura. 

“Existe uma soma de fatores. Hoje o Carnaval de Belo Horizonte ficou muito grande, é reconhecido nacionalmente, e a maioria dos nossos hóspedes vinha de BH. Também existe o surto da febre amarela em Minas e muita gente está evitando viajar para o interior”, afirma o gerente. O prefeito de Diamantina garante que não há casos da doença na cidade. 

Moradora de Diamantina, a aposentada Aradália Leão, de 56 anos, vê com bons olhos o novo perfil da festa na cidade. “O Carnaval ficava lotado demais, com muita bandidagem. Temos a esperança de que essa renovação será melhor para a população local”, conta Aradália, que colocou uma casa para alugar durante a festa e já recebeu propostas. 


 

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